Taísa da Silva
Imagem by Embrapa Sistemas de Produção, por Estebam Sani.
Uma das principais pragas que afetam a cultura do tomate é a traça do tomateiro (nome científico Tuta absoluta). Em períodos secos ela é recorrente nas lavouras, causando danos graves na saúde das plantas em todo o seu ciclo. Seu potencial de prejuízo econômico, leva essa a ser uma praga que preocupa horticultores. Por isso, se você produz tomate, deve ficar atento ao menor indício do aparecimento desse inseto. É importante evitar e controlar a propagação o quanto antes. Nesse artigo iremos ajudar você a saber como.
Características e Ciclo
As traças são mariposas pequenas: cerca de 10 mm de comprimento e são de coloração cinza. Elas são atraídas para a cultura devido ao cheiro adocicado que as cultivares de tomate exalam. Ambientes protegidos, como estufas, apresentam melhor proteção em relação a entrada do inseto. Ao mesmo tempo, nesses ambientes, se o inseto conseguir se adentrar, lá encontrará condições ideais para sua reprodução, conseguindo até mesmo ter seu ciclo de vida encurtado de 30 para 20 dias. Por isso os produtores devem ter agilidade ao monitorar e controlar a praga.
As traças ficam escondidas nas folhas do tomateiro ao longo do dia, e esperam períodos mais frescos (manhã e fim de tarde) para acasalar e depositar seus ovos. Uma fêmea pode depositar até 130 ovos durante uma semana, que eclodem de 3 a 5 dias após serem depositados. Esses ovos são encontrados na maioria das vezes em folhas do terço superior das plantas, porém é necessário estar atento ao seu aparecimento em as hastes, flores e frutos também. Ovos da traça podem ser reconhecidos pelo seu formato arredondado e coloração amarela. Se estes estiverem mais amarronzados significa que estão próximos de eclodir.
Após a eclosão, surge o estado responsável por causar danos: as lagartas. Essas lagartas medem de 6mm a 10mm e se abrigam no parênquima foliar ou ápices das hastes. Dentro de nove dias em média, as lagartas transformam-se em pupas e originam novas mariposas adultas.
Danos causados
As lagartas agem abrindo galerias em folhas, caules e frutos para retirarem seu alimento. Nos locais afetados, é possível observar as fezes do inseto, identificados como pontinhos pretos. Muitas vezes esse ataque pode ser severo e destruir completamente as folhas, causando secamento dos folíolos e posteriormente, a morte da planta. A figura abaixo mostra um sintoma do ataque das traças as folhas.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças
Uma vez atacados pela traça, os frutos se tornam impróprios para o consumo, inviabilizando a comercialização além de ser facilitada a contaminação por patógenos (fungos e bactérias). Já as plantas ficam com a capacidade de produção reduzida, havendo queda de frutos e maturação forçada dos que permanecem.
Controle
A tabela abaixo mostra quais inseticidas estão registrados para o controle da traça do tomateiro.
Grupo químico | Ingrediente ativo | Nome comercial |
Aciluréia | Lufenuron | Match CE |
Avermectina | Abamectin | Vertimec 18 CE |
Benoiluréia | Chlorfluazuron | Atabron 50 CE |
Teflubenzuron | Nomolt 150 | |
Triflumuron | Alsystin 250 | |
Biológico | Bacillus thuringiensis | Agree, Dipel, Ecotech, Xentari |
Diacilidrazina | Tebufenozide | Mimic 240 SC |
Ditiocarbamato | Cartap | Cartap BR 500, Thiobel 500 |
Fosforado | Fentoato | Elsan |
Metamidophos | Faro, Hamidop 600, Metafos, Metamidofos Fer, Nocaute, Stron, Tamaron Br | |
Parathion metyl | Mentox 500 CE | |
Piretróides | Betacyfluthrin | Bulldock 125, Trebon 300 CE, Turbo |
Cyfluthrin | Baythroid CE | |
Cypermethrin | Arrivo 200 CE, Cyptrin 205 C, Galgothrin, Ripicord 100 | |
Deltamethrin | Decis 25 CE | |
Esfenvalerate | Sumidan 25 CE | |
Fenpropathrin | Danimen 300 C, Meothrin 300 | |
Fenvalerate | Belmark 75 CE, Sumicidin 200 | |
Lambdacyalothrin | Karate 50 CE | |
Permethrin | Ambush 500 CE, Corsair 500 C, Piredan, Pounce 384 CE, Valon 384 CE | |
Zetacypermethrin | Fury 180 EW |
Controle Biológico
O parasitóide Trichogramma pretiosum é o principal inimigo natural usado em programas de controle biológico para traças do tomateiro. Ele é usado em associação ao biológico Bacillus thuringiensis. Essa é uma técnica que assegura um controle eficiente de baixo custo. Estudos demonstram que com esse programa de controle é possível obter produções com índice de danos dos frutos menores que 2%. Entretanto para obter esse bom resultado deve-se atentar para sua utilização de maneira preventiva: As liberações do T. pretiosum devem ocorrer até 30 dias após o transplantio, devendo se estender por pelo menos doze semanas.
REFERÊNCIAS
MARTINS, Pedro Monteiro. Controle de larvas de Tuta absoluta (Lepidoptera:Gelechiidae) utilizando nematoides entomopatogênicos e variedades resistentes de tomateiro. 2019. 20 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Universidade Federal de Uberlândia, Monte Carmelo, 2019. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/26121. Acesso em: 21 de fevereiro de 2021.
SAIBA COMO CONTROLAR A TRAÇA DO TOMATEIRO. [S. l.]: Canal do Horticultor, 2019. Disponível em: https://canaldohorticultor.com.br/saiba-como-controlar-a-traca-do-tomateiro/#:~:text=A%20tra%C3%A7a%20do%20tomateiro%20(Tuta,enormes%20preju%C3%ADzos%20econ%C3%B4micos%20aos%20horticultores. Acesso em: 7 mar. 2021.tuta absoluta