A presença de milho (amido) nas fezes de vacas leiteiras é comum em muitas fazendas leiteiras do país. Mas e se na sua fazenda o milho não estiver presente nas fezes, você esta seguro? Não, a ausência visual de grãos ou pedaços de grãos nas fezes dos animais não significa que estamos dentro da meta de 5% ou menos, de amido nas fezes.
A primeira tarefa que temos é identificar onde a fazenda se encontra com relação à presença de amido nas fezes dos animais. Para isso uma análise de amido nas fezes é recomendada. A meta do nutricionista deve ser 5% ou menos de amido presente nas fezes. Quanto maior a quantidade de amido nas fezes mais amido está sendo desperdiçado pelo animal e consequentemente mais dinheiro esta sendo perdido.
Se após a realização do teste descobrimos que a fazenda está dentro da meta, a recomendação é manter. Caso contrário, devemos pensar em alguns pontos importantes:
– Fibra efetiva da dieta
– Tamanho de partícula do milho da silagem
Gostaria de focar nossa atenção com relação ao tamanho de partícula do milho na silagem. Existe um teste que se chama KPS (Kernell processing score, ou escore de avaliação de grãos). Este teste consiste em passar a silagem de milho em uma peneira de 4.75 mm e identificar a porcentagem de amido acima e abaixo da mesma. Como modelo de interpretação, temos a tabela abaixo. Podemos observar que uma silagem com um KPS maior que 70% é considerada excelente, ou seja, quanto maior o KPS mais danificados os grãos da silagem estarão e portanto maior a probabilidade de digestão no trato do animal.
Portanto entendemos que a ausência de milho nas fezes não é um indicativo de que a fazenda esteja eficiente no seu sistema de avaliação. Uma análise de amido nas fezes é o primeiro passo para identificar onde a fazenda se encontra. Caso esta esteja acima da meta, certamente uma análise KPS pode ajudar a encontrar o problema.
Tabela 1 – Meta para o teste KPS para silagem de milho
%Amido < 4.75 mm | KPS |
> 70% | Excelente |
50 a 70% | Adequado |
< 50% | Pobre |
Foto de milho nas fezes
Por: Marcelo Hentz Ramos, PhD – Diretor-3rlab, Consultor Rehagro