Suplementação para gado de corte a pasto: o que acontece com o consumo
Marcelo Hentz Ramos – PhD / Diretor 3rlab
Um estudo realizado na Esalq coordenado pelo professor Flávio Portela, avaliou o impacto da suplementação a pasto sobre parâmetros de importância na atividade de produção de bovinos. Foram revisados 45 artigos que totalizaram 1153 animais com consumo de matéria seca (CMS) medidos individualmente. No estudo, forragem foi classificada como de boa qualidade (mais de 9% de proteína bruta (PB)) ou de baixa qualidade
(menos de 9% de PB). Para forragens de alta qualidade a suplementação diminuiu o CMS de forragem linearmente. Entretanto, o CMS total (forragem mais suplemento) aumentou linearmente. Para forragens de baixa qualidade a suplementação aumentou o CMS de forragem até 0.25% de fornecimento de suplemento como porcentagem do peso corporal e diminui após este valor. Novamente, o CMS total com adição de suplemento em pastos de baixa qualidade, aumentou linearmente.
Por que o consumo aumenta em pastos? Normalmente porque esta faltando carboidrato fermentável ou proteína degradável no rúmen. Em situações de forragem de baixa qualidade, certamente amônia é um limitante. Em situações de forragem de alta qualidade carboidrato fermentáveis são uma fonte desejável.
Este trabalho mostrou a importância da suplementação de animais de corte a pasto sobre o consumo. Em qualquer qualidade de pasto o consumo aumentou com a adição de suplemento. Gestores de sistemas de produção precisam identificar o ponto ótimo de suplementação de acordo com o objetivo de cada sistema.
Adaptado de: Meta-analysis of concentrate supplement effects on voluntary intake in high and low quality pastures. J. R. R. Dórea and F. A. P. Santos, University of Sao Paulo, Piracicaba, Brazil. ADSA 2014.