Cecília Donata Silva de Oliveira
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PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL
Apesar de ocupar uma posição satisfatória no ranking de produção de leite mundial, a produção de leite individual por vaca no Brasil ainda é baixa, apresentando uma tendência a concentração de produção de leite em propriedades que produzam maior volume diário e explorem tecnologias se mantendo competitivo no mercado.
Há também a inevitabilidade que pequenos produtores aprimorem suas técnicas de manejo alimentar, sanitário e reprodutivo, gerando assim um produto de alta qualidade para atender a demanda da indústria de laticínios que preconiza qualidade e sólidos totais do leite e sobretudo os proporcione rentabilidade do sistema produtivo.
Ao formular dietas para vacas em lactação é importante pensar além da fonte de volumoso de alta digestibilidade que possuam tamanho de partículas adequados para que maximizarem o consumo, em fontes de alimentos concentrados que atendam os níveis de proteína e energia.
A soja é uma semente de oleaginosa muito utilizada na alimentação animal, devido a sua abundância e seu valor nutricional, apresentando teores satisfatórios de proteína bruta e extrato etéreo. A possibilidade de inclusão da soja na dieta de ruminantes, ocorre de diversas maneiras, como o grão de soja cru ou devidamente processada.
SOJA CRUA
O uso do grão de soja não processado na alimentação de ruminantes, promove vantagens como a dispensa de processamentos como moagem e tostagem, em adição seu valor nutricional também é um fato que contribui para o uso disseminado deste alimento na formulação de dietas.
A composição aproximada da soja é de 39,3% de proteína bruta, 19,2% de extrato etéreo e 95% de NDT, é uma fonte de proteína de alto valor biológico com teor de fibra de alta digestibilidade e com efetividade moderada, e seu teor de extrato etéreo torna-se uma fonte de gordura para ruminantes.
O uso de soja crua possui liberação lenta de lipídeos, possui capacidade de elevar a densidade energéticas das rações, sem reduzir o conteúdo de fibras elevando a ingestão e produção de leite, ela também contribui majoritariamente com proteína degradável no rúmen (PDR).
A inclusão da soja não processada na dieta de vacas leiteiras, pode haver limitações devido aos fatores antinutricionais existentes na soja, estes podem reduzir o aproveitamento dos nutrientes pelos animais.
GRÃO DE SOJA PROCESSADO
O processamento do grão de soja tostado ou extrusado, elimina os fatores antinutricionais da soja e contribui para o aumento de proteína não degradável no rúmen (PNDR), reduzindo a degradabilidade ruminal da proteína.
A suplementação de vacas leiteiras de alta produção com fontes de proteína não degradável no rúmen é uma prática utilizada por muitos nutricionistas, o perfil de aminoácidos que chega ao intestino delgado é importante para otimizar o desempenho das vacas. A suplementação de ureia com uma fonte de proteína não degradável no rúmen, é uma alternativa que permite reduzir os custos da ração.
Tabela 1. Desempenho lactacional dos animais alimentados com dietas contendo soja em diferentes formas, farelo de soja (FS); soja crua (SC); soja tostada (ST); farelo de soja mais 5% de uréia (FSU).
Fornecer a soja crua, ou processada oferece efeitos aditivos a produção de leite, visto que a soja oferece um bom aporte de proteína. A decisão pelo tipo de processamento da soja que será utilizado na dieta dos animais, depende de fatores como preço, logística e outros componentes da dieta.
Ao se adquirir um lote de soja, independente do processamento, deve-se averiguar os seus níveis de nutrientes, para isso é necessário uma coleta representativa do todo e uma análise que lhe assegurem os níveis adequados de matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo, afim de se formular uma dieta adequada, garantindo um alimento de qualidade para os animais do rebanho.
Referências:
CORRÊA. ANGELA. M. V. UTILIZAÇÃO DA SOJA EM DIFERENTES FORMAS NA
ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS. Tese Doutorado – Apresentada à Universidade Federal de Viçosa. Viçosa MG 2007.
BARLETTA. RAFAEL. V. GRÃO DE SOJA CRU E INTEGRAL NA ALIMENTAÇÃO DEVACAS LEITEIRAS. Dissertação Mestrado – Apresentada à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São