Diovana M. Santos
Universidade Federal de Lavras- 3rlab
A integração é a denominação do sistema de parceria entre a empresa
(Integradora) e produtores rurais (Integrados) – que possuem áreas próprias para a criação de aves, suínos ou ovinos, em que o Integrado é remunerado de acordo com a produtividade obtida e o preço de mercado do frango, suíno ou ovino no momento da venda. No sistema de produção de forma integrada as empresas entregam os pintainhos (pintinhos de um dia), a ração para alimentá-los, dão assistência técnica e acompanhamento veterinário, enquanto os produtores ficam encarregados de criar os animais em local adequado, coberto e aquecido, com mão-de-obra e os equipamentos avícolas necessários (figura 1). No final do processo, todos os resíduos deixados pelos frangos ficam em posse dos produtores, que podem transformar o material em adubo e reinvestir em outras culturas, representando receita extra para a propriedade.
Figura 1- Sistema de produção integrado
As agroindústrias optam pelo processo de integração como uma maneira de obter matéria-prima a um custo menor do que a produção própria (onde há investimentos em terras, instalações, máquinas, além dos custos de administração e de mão-de-obra). Por este meio, tais empresas obtêm as matérias-primas em quantidade, qualidade e tempo adequado ao ritmo do processo produtivo, possibilitando a adaptação às condições instáveis de mercado
As aves serão mantidas na granja até atingirem o peso desejado para abate. É feita uma programação de abate e o avicultor é previamente informado pelo departamento técnico para programar suas atividades. Após a retirada das aves para abate, a granja deverá ser preparada para um novo alojamento, o qual deve ser feita a lavagem e desinfecção do galpão e dos equipamentos.
Os produtores são remunerados pela integradora com base nos desempenhos dos lotes de animais entregues de acordo com a fase da criação. A pontuação do desempenho é definida segundo as normas da empresa. A cada lote de aves terminadas, os parceiros criadores têm direito a uma participação no resultado econômico e são remunerados de acordo com a produtividade e índices técnicos alcançados. Este último mês, o proprietário entrevistado recebeu trinta e sete centavos por cabeça. Em outros meses, já aconteceu de receber quarenta e dois centavos por cabeças.
Um sistema vitorioso no cenário nacional, quando comparado com outros setores da agropecuária, pois que gera renda no campo com certa estabilidade e continuidade e, com isso, minimiza o êxodo rural, além de se mostrar, até então, competitivo no cenário internacional, especialmente pela qualidade do produto na mesa dos consumidores. A integração para os pequenos e médios produtores tornou-se uma oportunidade de negócio, gerando receita em curto espaço de tempo com a venda do frango e da cama. Mas a principal razão da participação do produtor no sistema pode ser a falta de capital para investir na atividade e o risco decorrente da instabilidade do mercado do frango.
As exigências feitas pelas empresas integradoras ao produtor para que este possa participar do sistema são: galpão equipado, contratos em que são descritas todas as obrigações do integrado e do integrador, condições de higiene e manejo adequado da criação e o tipo de galpão. Algumas integradoras exigem um tamanho mínimo do galpão de 1.200 m², que possa abrigar entre 12.000 a 14.000 frangos. Essa dimensão é a que otimiza o uso da mão-de-obra no manejo e proporciona maior rentabilidade com a cama de frango, sendo que esta se constitui no maior lucro do produtor integrado. Para a empresa, esse dimensionamento minimiza o tempo e o custo com o transporte dos insumos e o carregamento das aves. Os equipamentos e utensílios usados nas granjas como comedouros, bebedouros, entre outros, são padronizados de acordo com as exigências das integradoras.
Quanto ao ativo trabalho, além do seu esforço físico despendido na condução da atividade, o produtor deve ser um especialista, devendo possuir habilidades que incluam experiência e conhecimento para seguir as determinações técnicas da integradora. Em relação ao tempo gasto, a necessidade de mão-de-obra é relativamente baixa, com exceção das operações de limpeza, desinfecção e distribuição da cama no galpão e o apanhe, engradeamento e carregamento das aves que necessitam de maior quantidade de mão-de-obra (quadro 1).
Quadro 1- Especificação das atividades, tempo e mão-de-obra necessários em uma unidade de 1.200 m2 de frango de corte em Minas Gerais.
As principais vantagens da integração para os produtores rurais são: segurança de venda dos produtos no dia certo e a preços previamente acordados; garantida de assistência técnica; utilização de mão-de-obra familiar, elevando a renda da familiar; maior possibilidade de especialização; diminuição dos desembolsos financeiros durante o processo de produção.
Já para as empresas integradoras, as vantagens são: garantia de matéria prima para suas agroindústrias no momento certo; diminuição de encargos sociais e de possíveis problemas trabalhistas; terceirização da produção agropecuária diminuindo recursos financeiros necessários a produção e a possibilidade de fixar baixos preços dos produtos rurais nas integrações, gerando pequena margem de ganho.
3 Comments
Olá! Sou do Estado do Pará, norte do Brasil, estou super interessado nesse sistemaa de integração, porém, na minha região não há, não que eu saiba, pois tentei contato com uma certa empresa e a mesma não fazia integração na minha região daí não sei se de fato existe empresas com esse sistema no meu Estado. Se alguém souber, me ajude, gostaria muito de entrar nesse ramo. Grato!
Att, Maycon Furtado
Tenho um terreno em Franco da Rocha de 40 de frente por 200 de fundo .
Existe a possibilidade de eu fazer um aviário nesse terreno ou algo parecido que possa me lucra .
Quero cria aves para a indústria.
Fazer um curso algo assim sobre isso.
Tenho um terreno em Franco da Rocha de 40 por 200 de fundo queria saber se teria a possibilidade de eu fazer um aviário para trabalhar com as indústria que fornece as aves se esse espaço é suficiente se tenho que fazer algum curso específico para entrar no ramo ou é só se adaptar às normas deles industriais