Giane Lima Nepomuceno
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
O sistema de criação de suínos em cama sobreposta, também conhecido por “deep bedding” consiste na utilização de piso composto por um substrato (maravalha, palha, casca de arroz, bagaço de cana, entre outros). Este sistema visa reduzir custo em edificações e irá absorver os dejetos produzidos pelos animais, durante o período de permanência, minimizando os riscos de poluição e melhorando a valorização agronômica do composto como adubo orgânico. Para a construção de uma cama sobreposta é necessário alguns cuidados como: maior altura do pé-direito, maior ventilação, maior disponibilidade de água e disponibilidade de material de boa qualidade para a cama (figura 1).
Figura 1 – Planta para construção de cama sobreposta.
Vantagens na utilização da cama:
- baixo custo de investimento;
- melhor conforto e bem estar;
- melhor conforto térmico ambiental;
- respeito à legislação ambiental;
- melhor aproveitamento do composto orgânico produzido;
- menor agressão aos suínos;
- menor consumo de água;
- diminuição da mão de obra
- diminuição de brigas e canibalismo;
- diminuição de problemas de casco;
- diminuição de moscas e odores;
- diminuição da mortalidade;
- melhora uniformidade dos lotes;
- melhor ganho de peso.
Desvantagens:
- aumento do consumo de água no verão;
- maior necessidade com ventilação;
- requer bom nível sanitário no plantel;
- compra dos resíduos para utilização como cama.
Para criar suínos em cama sobreposta (figura 2), é importante que o número de animais por baia siga fluxo de produção da granja, sempre obedecendo à densidade recomendada para a criação (1,2m2 /suíno) e a diferença de idade máxima entre os animais (de 1 semana). Em regiões quentes a cama deve ter altura entre 25 a 30 cm, com isso, a temperatura da cama se mantém baixa não afetando a produção e favorecendo o conforto térmico dos animais.
Figura 2 – Cama sobreposta
A manutenção de parte da cama é importante por já possuir bactérias favorecendo ao processo de compostagem ao misturar a nova cama. Este manejo favorece a eliminação do pó ao chegar à cama nova. Em fases de crescimento – terminação, esse manejo não é necessário para aumentar a duração da cama, pois sem o manejo o processo de compostagem se desenvolve lentamente. O manejo não deve ser feito no verão com animais alojados, esse processo resultaria na liberação de mais calor no ambiente, deve ser realizado na saída de lote ou com animais alojados no inverno.
Recomenda-se que a retirada da cama seja realizada anualmente, ou quando, ocorrer um excesso de umidade. Normalmente, em sistemas de crescimento-terminação, anualmente, retirasse 30% da cama, conforme a saturação da mesma, realizando-se a reposição com substrato novo. Uma maneira prática é observar-se a coloração da cama. Quando sua coloração estiver entre o marrom claro e escuro, significa que o processo de compostagem se desenvolve normalmente. Porém, quando sua coloração for escura tendendo a cor preta, significa que o processo de compostagem se desenvolve lentamente, ocorrendo redução na produção de calor e evaporação d’água. Outra maneira de saber se a cama apresenta-se pronta para ser retirada é observar sua temperatura (quando ela for menor que 20ºC ou mantiver ao nível da temperatura ambiente) a cama está no ponto de ser trocada.