Taísa da Silva
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Reconhecer as principais pragas da cana-de-açúcar é um ponto importante para o sucesso de uma lavoura. Antes da escolha dos métodos de controle é necessário primeiramente identificá-las. Se tratando da cultura da cana de açúcar, alguns insetos causam grandes prejuízos e levam a reduções significativas em sua produtividade agrícola e industrial. Um exemplo é o caso de infestação por Broca (um tipo de lagarta): com apenas uma intensidade de 1%, em uma produtividade de 80 toneladas por hectare, são perdidos em torno de 616 quilos de cana.
Existem mais de 80 tipos de pragas que podem atacar uma lavoura de cana, porém alguns insetos merecem mais atenção pois são consideradas pragas chaves e possuem potencial de dano econômico.
Broca da cana-de-açúcar
A broca-da-cana (Diatraea saccharalis) é considerada a principal praga da cultura no Brasil. O inseto da ordem dos lepidópteros causa danos quando está na sua fase larval. A lagarta atinge de 2 a 3 centímetros e é responsável pelo fenômeno conhecido por “coração morto”, que consiste no ataque aos rebentos da cana recém brotada, que causa secamento e apodrecimento da gema apical.
Broca-Gigante
A broca-gigante (Telchin licus), também ocorre em sua forma larval, porém em maior tamanho. Chega a medir 8 cm. Estas lagartas se alojam no solo em galerias de até 1 metro de comprimento no interior do colmo. Ela também causa “coração morto”, porém ela abre galerias bem maiores.
Cigarrinha-da-raiz
Também chamada de cigarrinha da cana (Mahanarva fimbriolata), essa hemiptera pode causar a interrupção do fluxo de água e nutrientes na planta. Ela ataca os vasos lenhosos da raiz, levando ao afinamento do colmo e aparecimento de rugas externas, além de sintomas nas folhas, como manchas amarelas. Também há a dificuldade da planta em realizar fotossíntese por conta das toxinas injetadas pelo inseto adulto.
Formigas
Saúvas e Quenquês são formigas cortadeiras que apresentam maior risco para cana. É possível diferenciá-las por conta do tamanho de seus ninhos. Enquanto o das saúvas atingem mais de cinco metros, o ninho das Quenquéns atinge um máximo de dois metros. Durante o ano todo, essas formigas são capazes de causar danos, como a redução da área foliar das plantas.
Um dado interessante que ilustra o potencial danoso desses insetos é o fato de que um sauveiro aos três anos de idade consome o equivalente a três toneladas de cana por ano.
Cupins
Existem 8 espécies de cupins consideradas pragas da cana-de-açúcar, responsáveis por perdas que chegam a 10 toneladas de cana por hectare, isso por conta da devastação silenciosa que fazem em uma lavoura, já que possuem hábitos subterrâneos.
Besouros
Os besouros que comprometem a cultura são dois: o Migdolus fryanus e o Sphenophorus levis.
A larva do besouro Migdolus fryanus perfuram o rizoma e alimentam-se dele, levando a sua destruição completa. Touceiras secas são um dos sintomas do ataque à fase jovem da cana, já a seca da parte aérea é um sintoma do ataque da larva em plantas desenvolvidas.
O besouro Sphenophorus levis, conhecido como gorgulhão-rajado, é a praga mais recente que foi encontrada nos rizomas e no colmo das plantas de cana-de-açúcar. Quando tocado, o inseto se finge de morto. Sua ação é semelhante a do Migdolus fryanus.
Sempre é válido frisar a importância do monitoramento de pragas na lavoura da cana, para não se deparar com danos irreversíveis causados por elas.
REFERÊNCIAS:
Boas práticas agronômicas. Controle de pragas na cana-de-açúcar. Disponível em https://boaspraticasagronomicas.com.br/noticias/controle-de- pragas-da-cana-de-acucar/. Acesso no dia 05 de janeiro de 2021.