A folhosa mais popular no consumo dos brasileiros é a alface (Lactuca sativa L.), uma hortaliça nutritiva, de baixo custo e fácil preparo. Dificilmente encontra-se ausente nas prateleiras do mercado. O cultivo no Brasil está estimado em cerca de 30 mil hectares por ano. Dessa área, a maior parte não se encontra em regiões propriamente rurais, mas sim em zonas periurbanas e nos chamados Cinturões Verdes: áreas vegetativas de zonas metropolitanas onde há produções agrícolas
A hortaliça é cultivada por pequenos produtores em campos abertos. Entretanto, o cultivo hidropônico cresceu muito nos últimos anos, fazendo também crescer as ofertas e demanda do alimento. A técnica da hidroponia possibilita a produção de qualidade durante o ano todo, pois nela é possível controlar melhor a influência das quatros estações climáticas.
Para se ter alfaces de bom padrão comercial, é necessário garantir boa formação das plantas e ausência de danos provocados pelo manejo e ataque de pragas. Visando a comercialização de produtos de boa aparência e livres de injúrias, os produtores acabam tendo que recorrer ao uso de defensivos químicos, para prevenir os danos que insetos e fitopatógenos podem causar. Embora seja uma atividade regular e convencional, a aplicação de produtos químicos pode ter consequências indesejáveis se feita de maneira incorreta. A aplicação de produtos fitossanitários no cultivo de alface, merece cuidados especiais, já que a parte da planta em que os produtos precisam ser aplicados é a mesma que é consumida.
Um fator muito importante para evitar riscos á saúde dos consumidores é respeitar o período de carência., intervalo que existe entre a última aplicação de um produto químico e a colheita. Existe um intervalo diferente, determinado pela Vigilância Sanitária, que é obrigado a ser seguido para cada cultura.
É muito importante o comprometimento de agricultores e instituições fiscalizadores, no que diz respeito ao cumprimento dos padrões de segurança, para que os produtos cheguem ao mercado com menor teor de resíduos químicos.
A diminuição da aplicação de produtos químicos nas hortaliças é uma questão que o agronegócio busca trabalhar com maior frequência.
No caso da alface, produções completamente livres desses insumos nem sempre são possíveis de serem implantadas, pois a cultura é alvo de muitos agentes fitopatogênicos de difícil controle. Atualmente a saída mais viável é se fazer o MIP- Manejo Integrado de Pragas: uma ferramenta que visa associar ao menos dois métodos de controle no combate a pragas, e não somente o método químico. Alguns exemplos desses métodos são: liberação de inimigos naturais, práticas de manejos mecânicos, controle comportamental de pragas por meio da liberação de feromônios e machos estéreis, utilização de áreas de refúgio, monitoramento periódico da lavoura, entre outros.
Embora a forma química de controle seja eficiente em termos de tempo de ação, ela pode chegar a ter um custo mais elevado se forem considerados os malefícios que pode trazer. Um bom manejo Integrado com técnicas compatíveis entre si, age de maneira preventiva e se torna um bom redutor de danos. Com implementações de medidas adequadas é possível se obter uma hortaliça de boa aparência, saudável e com o mínimo impacto ambiental.
Taísa da Silva
Estudante de Agronomia da Universidade Federal de Lavras – UFLA
Colaboradora do 3RLAB
REFERÊNCIAS:
LOPES , C.A. Doenças da Alface. Embrapa : Embrapa Hortaliças, Brasília/DF, 2010. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/866064/doencas-da-alface. Acesso em: 11 mar. 2021.
SILVA, G.B.P. Como funciona e como realizar o Manejo Integrado de Pragas (MIP). In: Como funciona e como realizar o Manejo Integrado de Pragas (MIP). [S. l.]: INSTITUTO AGRO, 2019. Disponível em: https://institutoagro.com.br/manejo-integrado-de-pragas-mip/. Acesso em: 10 mar. 2021.