Lucas Machado – Universidade Federal de Lavras – 3rlab
O tomate é um fruto rico em licopeno, substância antioxidante e anticancerígena que interfere nas reações das moléculas de radicais livres. O fruto pode ter como destino final a alimentação in natura, chamado de tomate de mesa ou pode ser destinado a indústria para fabricação de molhos, extrato de tomate e indústria alimentícia em geral.
É uma cultura que demanda uma grande quantidade de insumos (fertilizantes e defensivos agrícolas) durante seu desenvolvimento e uma das culturas mais afetadas por doenças. Entre as doenças que afetam a cultura do tomateiro, podemos citar a pinta preta, conhecida também como mancha alternaria, presente principalmente durante os verões chuvosos (alta temperatura e umidade relativa). A pinta preta é causada por um fungo (Phytophthora infestans) que ataca a parte aérea do vegetal em todos os estados de desenvolvimento da cultura, podendo essa infecção ter como origem o viveiro de produção das plântulas. A doença normalmente não chega a destruir totalmente um plantio, entretanto pode ocorrer uma depreciação qualitativa dos frutos, principalmente se forem destinados ao mercado como tomate de mesa.
A doença pode ser identificada pela presença de pontos de coloração castanha ou preta visíveis nas folhas mais velhas. No tecido ao redor da lesão pode formar um halo com coloração amarelada. Estes pontos necróticos rapidamente aumentam de tamanho e quando atingem um diâmetro de cerca de 6 mm é possível distinguir-se anéis concêntricos (figura 1).
Figura 1: Sintomas de pinta preta na folha do tomate. Fonte: Embrapa
Na fase final do desenvolvimento da cultura, a doença pode causar a desfolha das plantas, e os frutos podem ficar expostos ao sol, prejudicando quanto à qualidade. Os frutos podem ser infectados pela inserção no cálice, apresentando manchas negras que podem afetar uma área grande do fruto (figura 2).
Figura 2: Lesão da pinta preta no fruto. Fonte: Embrapa
Para manejar essa doença e obter sucesso na produção é fundamental estar atento à época de plantio, cultivar, e condições da área de plantio. Os principais pontos são: plantar sementes ou mudas de origem conhecida, idônea e isentas de patógenos; evitar plantio em regiões ou áreas de alta umidade por um longo período; realizar rotação de culturas evitando o plantio consecutivo de batata e tomate, assim como evitar áreas novas próximas às lavouras velhas; destruir os restos culturais (podem ser fonte de inóculo) logo após a colheita e fazer adubação equilibrada.
O controle químico pode ser feito através da utilização de fungicidas. Atualmente, há vários produtos registrados junto ao MAPA (Ministério da agricultura pecuária e abastecimento) para o controle da doença. Grande parte dos fungicidas que são indicados para a requeima (doença de grande importância para as culturas da batata e tomate) também podem ser utilizados para o controle da pinta preta, com exceção dos que são específicos para oomicetos.
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Pinta preta no tomate é causada pelo fungo Alternaria solani. A doença causada por Phytophthora infestans é comumente conhecido como requeima do tomateiro.