Gabriel Castillo
Universidade Federal de Lavras-3rlab
Sabe-se que a cultura da soja é afetada por diversas doenças, causando prejuízos significativos na produção e comprometendo os lucros dos produtores. Com o crescente aumento das áreas destinadas ao plantio da soja, tem sido comum a disseminação dessas doenças. Além disso, com o uso desenfreado de defensivos está sendo cada vez mais complicado o controle das mesmas devido à resistência adquirida pelos patógenos.
Dentre essas doenças encontram-se a mancha alvo, causada pelo fungo Corynespora cassiicola., este que é um patógeno que ataca cerca de 50 famílias de plantas. A primeira vez que a doença foi relatada na cultura da soja no Brasil foi no estado do Paraná e rapidamente se espalhou por todas as regiões produtoras do país. Isso se deve em grande parte ao aumento da semeadura de cultivares suscetíveis.
Sabe-se que a ocorrência da doença tem sido favorecida por temperaturas na faixa de 18 a 25 °C e alta umidade relativa. Dessa maneira, períodos prolongados de molhamento foliar, seja por irrigação, chuva ou orvalho favorecem o desenvolvimento e consequente incidência da doença. Cabe ressaltar que o patógeno tem capacidade de sobreviver em restos culturais, sementes e hospedeiros alternativos e pode disseminar-se pelo vento, pelas sementes infectadas e água.
Sintomas
Nas folhas, os sintomas iniciais da doença são caracterizados por pontuações pardas, com halo amarelado. Essas pontuações evoluem para grandes manchar circulares, apresentando coloração castanho clara e castanho escura, podendo atingir até 2 cm de diâmetro (figura 1). Com essa evolução as lesões formadas são arredondadas e necrosadas, em seu redor o halo amarelado dando aspecto de um alvo, por isso o nome Mancha Alvo.
Figura 1- Sintomas típicos da mancha alvo na cultura da soja.
As plantas infectadas são encontradas ao acaso com amarelecimento das folhas e maturação prematura. Sabe-se que as raízes infectadas são caracterizadas por coloração castanho clara e após a morte da planta a raiz fica coberta por uma crosta negra de conídios (figura 2).
Figura 2- Camada de conídios na raiz da planta.
Controle
Para que se possa realizar um controle mais eficiente e economicamente viável, o produtor não se deve utilizar somente do controle químico. O uso de defensivos deve ser um aliado do produtor e para melhor sucesso no controle da mancha alvo algumas medidas devem ser adotadas em conjunto ao uso destes, sendo principalmente:
- Realizar o plantio de sementes sadias e de boa procedência, e tratadas com fungicidas;
- Adotar o sistema de rotação/sucessão de culturas, principalmente com milho ou outra espécie de gramínea;
- Realizar adubação equilibrada, principalmente com potássio (K);
- Plantar cultivares resistentes;
Na escolha dos produtos a serem utilizados no controle químico, o agricultor deve-se atentar a alguns produtos comumente utilizados na cultura da soja e registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle dessa doença e que não apresentam um indicie de eficiência seguro no controle, são os fungicidas dos grupos: benzimidazóis, triazóis e das estrobilurinas.