Cristiane Andrade Pinto
Universidade Federal de Lavras- 3rlab
As perdas ligadas ao desequilíbrio nutricional da lavoura ocorrem em várias etapas do processo produtivo, mais principalmente no período de crescimento e desenvolvimento da planta, onde ela acumula reservas no seu tecido vegetativo (folha, caule, raízes), que posteriormente servirão de fonte para sua formação.
As principais vantagens da adubação foliar (figura 1) estão na possibilidade de, a partir de um diagnóstico correto do problema nutricional, realizar medidas de correção e prevenção que atuarão mais rapidamente, comparado ao fornecimento do nutriente via solo. Quando aplicados da maneira correta, os nutrientes são fornecidos diretamente, sendo rapidamente absorvidos e assimilados pelas folhas e demais órgãos que a calda terá contato.
Figura 1: Adubação foliar
Por outro lado, é preciso ter consciência que a quantidade de nutrientes fornecida sempre será pequena, não atendendo a demanda da planta como um todo, atuando sempre pontualmente nos órgãos onde é aplicado, ou seja, não apresenta efeito residual direto.
Para um bom diagnostico e tomada de decisão sobre quais nutrientes aplicar, sempre é necessário o conhecimento técnico das demandas da cultura, histórico da área, dados químicos e físicos do solo, manejo realizado na cultura até o momento e, se possível, também a análise química dos tecidos foliares. De posse destes dados, o técnico poderá interpola-los e realizar um diagnóstico adequado para sua tomada de decisão e recomendação.
A recomendação da aplicação foliar de nutrientes deve ser realizada conforme as condições da cultura e área em questão. Assim, deve-se levar em consideração se sua recomendação terá um cunho corretivo ou preventivo. Caso seja corretivo, deverá ser realizado um diagnóstico mais detalhado dos sintomas que a planta apresenta. No caso recomendação preventiva, devem-se considerar as necessidades nutricionais da cultura, conforme seu estádio fenológico e as condições do meio, realiza-se uso dos nutrientes mais importantes para aquela determinada situação. Assim, não há recomendações fixas ou pré-fixadas ou pré-determinadas, mas sim recomendações diferenciadas para cada caso.
O custo da prática depende muito das necessidades, do manejo da cultura e dos objetivos que o técnico ou produtor querem atender. Assim, em determinadas situações as recomendações são realizadas para aplicações somente nos estádios vegetativos, proporcionando maior parte de massa, por exemplo, Mo, Zn, Fe, Mn, Cu, B ou aplicação de indutores de resistência em condições favoráveis do ambiente para o desenvolvimento do patógenos, por exemplo, os fosfitos, ou o fornecimento de nutrientes envolvidos na redução da senescência foliares, produção e transporte de fotoassimilados, como exemplo o N, P e K no início dos estádios reprodutivos. Desta maneira, o custo pode variar muito, dependendo da recomendação técnica.