Por Taísa da Silva
INSETOS-PRAGAS
A cadeia produtiva da silagem de milho é longa, no caminho muitos fatores contribuem para redução do alimento oferecido aos animais. Uma das principais reduções se dá no início da produção, com o aparecimento de pragas na lavoura de milho. Ataques por insetos ocupam um lugar de destaque na queda da produção de grãos. Na fase inicial das plantas, eles reduzem o stand das plantas drasticamente, bem como a densidade das sementes após a semeadura, e continuam representando uma ameaça em toda a fase vegetativa e reprodutiva.
Um dos fatores que culmina na alta incidência de pragas no Brasil é o cultivo contínuo sob condições quentes e úmidas, principalmente no caso do milho safrinha que é plantado entre os meses de janeiro a março. A exemplo do que ocorre em algumas regiões como no oeste da Bahia, a produção é feita sem nenhum intervalo entre plantios, isso facilita a migração de pragas entre culturas, já que há sempre a oferta de alimentos para os insetos durante o ano todo, levando a ataques indiscriminados de várias culturas que estão no campo.
É importante considerar que nem todo inseto presente em uma cultura pode ser considerado uma praga, pois muitas vezes o dano que ele causa é baixo e não justifica a aplicação de algum método de controle, podendo a planta se recuperar e produzir normalmente. Porém, quando esse dano não permite que haja recuperação das plantas, danificando severamente a cultura, temos uma praga.
Manejo Integrado de Pragas
Uma ferramenta eficiente para controlar insetos pragas que temos hoje é o MIP- Manejo Integrado de Pragas. O termo não define um método de controle, mas sim a integração de vários métodos. Ele requer estratégias que assegurem condições favoráveis tanto no aspecto econômico como ambiental.
Na cultura do milho, o MIP se inicia com um monitoramento de insetos na área, a fim de se reconhecer os insetos que atacam a fase inicial da cultura, até os que atacam a espiga. A partir desse monitoramento se obtém informações imprescindíveis sobre os insetos: quais são as pragas primárias e secundárias, quais são inimigos naturais, qual a frequência e época de ocorrência e etc. Obter esses dados é fundamental para direcionar a melhor aplicação de defensivos.
Em relação ao uso de inseticidas químicos o produtor deve optar por produtos seletivos (sem ação sobre os inimigos naturais, somente sobre as pragas).
Inseticidas com amplo espectro, como eram comumente usados, leva a morte indiscriminada dos inimigos naturais, causando desequilíbrio ecológico e levando ao surgimento de pragas cada vez mais resistentes.
Um exemplo de aplicação na cultura do milho, é o controle da lagarta-do-cartucho: são os inseticidas fisiológicos com aplicação a jato dirigido para o cartucho da planta.
Outras estratégias do MIP que se mostram muito eficientes são:
- Tratamento de sementes: visa controlar pragas subterrâneas e pragas iniciais da cultura. É muito importante em áreas com histórico de ataques.
- milhos Bt: uma tecnologia disponibilizada no mercado, são transgênicos com tecnologia Bacillus thuringiensis.
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REFERÊNCIAS
VIANA, P. A.; CRUZ, I.; WAQUIL, J. M. Pragas. In: CRUZ, J. C.; VERSIANI, R. P.;
FERREIRA, M. T. R. (Ed.). Cultivo do milho. 8. ed. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2012. (Embrapa Milho e Sorgo. Sistema de produção, 1). Disponível em: <http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/milho_8_ed/ prsementes.htm>. VITAE RURAL BIOTECNOLOGIA. Disponível em: <http://www.vitaerural.com.br/biotech. html>.