O promissor mercado da manga
Taísa da Silva¹ – Agronomia Universidade Federal de Lavras
Cecília Donata Silva de Oliveira²
O consumo da manga
A manga (Mangifera indica L) se mostra como uma preferência de fruta, tanto no consumo nacional como internacionalmente. Sendo o Brasil, um participante ativo desse mercado, se consagrando como o sétimo maior exportador da fruta, segundo o dado de 2019 da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
Vale do São Francisco.
Embora produzida praticamente em todos os estados, a produção expressiva é representada pelo Vale do São Francisco, região de produção irrigada de frutas, utilizando águas do Rio São Francisco, o que compreende parte do estado de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
Em 2019 a região exportou cerca de 9 milhões de caixas para os Estados Unidos, o maior consumidor final depois da Europa. Ou seja, só o Vale do São Francisco exportou 36.000 toneladas, além do que foi exportado para outros países.
Tabela 1. Evolução das exportações de manga (toneladas) do Vale do São Franscico: 2013 a 2018.
Ano | Toneladas |
2013 | 102.472 |
2014 | 112.809 |
2015 | 131.517 |
2016 | 131.066 |
2017 | 155.871 |
2018 | 148.016 |
Variedades
A escolha da cultivar a ser produzida leva em consideração o mercado consumidor, a suscetibilidade a pragas e doenças, e o potencial produtivo regional. Em geral, no Brasil as variedades mais cultivadas são a, ‘Keitt’, ‘Kent’ e ‘Palmer’, ‘Tommy Atkins’.
Em relação aos preços no panorama mais atual pode-se observar que houve uma desvalorização nas variedades Tommy e Palmer. No mês de setembro elas fecharam com valor bem abaixo da média histórica. Os preços fecharam em R$ 1,64/kg para Palmer e a tommy, em R$ 1,69/, sendo esta a principal variedade brasileira demandada pelas exportações para os Estados Unidos.
Tendências
As exportações brasileiras se mostram mais expressivas nesse segundo semestre em comparação aos seis primeiros meses do ano. Na primeira metade de 2020 os envios foram 21% menores que os do mesmo período de 2019. Já os dois primeiros meses desse segundo semestre ficaram 53% superiores aos mesmos meses do ano passado.
Mesmo em meio a pandemia a demanda se mantem aquecida. Outro fator a que se deve esse bom desempenho é que alguns países exportadores, como a Costa do Marfim e Senegal, tiveram safra mais curta. Já o Brasil produz o ano todo, sendo capaz de atender aos compradores e assim suprindo as demandas internacionais do mercado.
Existe uma boa perspectiva de que os próximos meses que irão encerrar 2020 sejam bons para o mercado, a previsão é de manutenção desse panorama positivo nas exportações. Isso se deve a demanda firme, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. A produção nacional também deve aumentar, atingindo seu pico até novembro, bem como o consumo doméstico e de processados internamente, já que as características físico-químicas e sensoriais da fruta a tornam uma preferência para as estações mais quentes do ano.
Referências:
LIMA, Maria Auxiliadora Coêlho. Embalagem. Agência de Informações Embrapa, 2016. Disponível em: < //www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/52457005/artigo—o–impacto-da-quarentena-nos-precos-da-manga-no-vale-do-sao-francisco. Acesso em 09 de outubro de 2020.
LIMA,José. TENDÊNCIAS E DESAFIOS PARA O VALE DO SÃO FRANCISCO. Trabalho apresentado no XXVII BRASILEIRO DE FRUTICULTURA,2019.
VALADARES, Gabriele. Evolução da Produção de Manga. Capítulo 31. Livro: Dinâmica da Produção Agropecuária e da Paisagem Natural no Brasil nas Últimas Décadas.