Cecília Donata Silva de Oliveira
Desafios da produção de leite
Os principais desafios na atividade leiteira são o aumento da produtividade, maior qualidade do leite e aumento na produção. Desta maneira há uma busca constante por sistemas de produção de forragens que atendam as exigências de aumento na produção e qualidade do leite.
A margem de lucro na produção de leite é considerada relativamente pequena, uma vez que a alimentação representa os maiores custos da atividade a neste a produção de leite a pasto requer máxima atenção, manejo adequado das pastagens com intuito de obter um alimento de qualidade do alimento oferecido as vacas e consequentemente aumento na produção de leite.
O Brasil e a produção de leite
O Brasil conta com alguns pontos favoráveis que se bem explorado pode o consolidar no mercado exportador de lactéos. Dentre eles podemos destacar:
- Disponibilidade de áreas agricultáveis;
- Abundância de água doce;
- Tecnologias disponíveis.
Apesar de possuir grande potencial para elevar a sua produtividade, a pecuária brasileira enfrenta diversos desafios como baixa produção, sazonalidade na produção de forrageiras, problemas sanitários e reprodutivos.
Diversas tecnologias são desenvolvidas a fim de produzir pastagens que sejam adaptadas as diversas condições climáticas, reduzindo assim os efeitos negativos que a sazonalidade de pastagens pode ocasionar.
Produção de leite em sistemas de pastagens
As pastagens quando bem manejadas reduzem a necessidade de uma suplementação adicional, podendo reduzir custos com compra de alimentos concentrados. A produtividade animal em sistemas de pastagens pode ser determinada por dois pontos básicos que são a produção de leite e número de animais por área.
A produção de leite é determinada pelo consumo de matéria seca do animal (CMS), qualidade da forragem e potencial genético do animal. A capacidade de suporte varia conforme o potencial de produção de matéria seca da forrageira, eficiência de colheita e manejo empregado. Apesar de viável a produção de leite a pasto requer compreensão entre as relações existentes entre os componentes solos, planta, clima, animal e ação do homem, para a correta tomada de decisões.
O pastejo consiste em alocação do rebanho dentro das pastagens, os métodos de pastejo mais usuais são lotação contínua e rotativa.
Métodos de pastejo
Lotação contínua
Neste sistema de pastejo os animais têm livre acesso a toda a área de pastagem de maneira irrestrita e ininterrupta. No rebanho leiteiro este tipo de sistema é mais indicado para novilhas e vacas secas, visto que neste modelo a produtividade do pasto pode ser menor, bem como a dificuldade de realizar o controle de qualidade do mesmo. Dentre os principais benefícios podemos citar:
- Aproveitamento de áreas que não seriam utilizadas para o plantio de culturas;
- Aproveitamento de áreas inclinadas.
Neste sistema apesar de os animais terem acesso a toda área de pastagem, é possível observar um comportamento natural de rotação dos animais. Dois termos são empregados neste sistema, carga variável quando o número de animais for variável ao longo do período de pastejo, carga fixa quando o número de animais for constante durante o período de pastejo.
Para alcançar níveis satisfatórios de produtividade neste sistema, seria interessante o produtor manejar o número de animais (carga variável) nas pastagens, em função da flutuação na produção de forragem de forma sazonal. O controle de altura das plantas é um critério para aumentar ou reduzir a carga animal nas pastagens, a altura varia conforme a espécie ou cultivar.
Pastejo rotativo ou interminente
Este modelo de pastejo é baseado na adoção de períodos de descanso e de pastejo, entre duas ou mais subdivisões (piquetes) em uma pastagem, durante a estação de pastejo. Este método e mais utilizado, pois possibilita a intensificação e maximização do uso da área. Os principais benefícios que este sistema oferece são:
- Fracionar as atividades de manejo;
- Manutenção do solo;
- Controle de plantas daninhas;
- Adubação.
Ao adotar este sistema é importante utilizar uma forrageira de alta produtividade, a área deve ser próxima à sala de ordenha, conter praças de alimentação com bebedouro, cocho e acesso à sombra. O período de ocupação não deve ser muito extenso, visto que com o passar dos dias os animais já irão ter consumido as folhas que é o componente que apresenta melhor valor nutritivo.
Figura 1 – Teores médios de Proteína Bruta de folhas verdes em pastagens de Capim-elefante submetidas a diferentes períodos de ocupação durante a época chuvosa (AdaptadodeCseretal.,1999.)
Referências:
PEREIRA. BIANCA. M NUTRIÇÃO E MANEJO DE VACAS LEITEIRAS. Dissertação Mestrado – Apresentada à Universidade Federal de Viçosa, VIÇOSA – 2018.