LUCAS MACHADO
Universidade Federal de Lavras | 3rlab
O mamoeiro é uma planta tropical e uma das fruteiras mais comuns nos países da américa tropical. Os estados da Bahia e Espírito Santo são os maiores produtores no Brasil, sendo o Espírito Santo o que apresenta maior produtividade, suficiente para abastecer o mercado regional e exportar para países como, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Canadá, entre outros. A espécie Carica papaya é a mais cultivada em todo mundo e o Brasil ocupa a segunda posição como produtor mundial de mamão.
Um dos maiores problemas na produção de mamão está relacionado às viroses do mamoeiro. Os vírus mais importantes são o VMM (vírus do mosaico do mamoeiro) e o VMAN (vírus da mancha anelar do mamão). Apesar de serem vírus distintos, ambos são chamados de mosaico do mamoeiro, por apresentarem sintomas parecidos. A seriedade dessa doença está no fato de que as plantas atacadas não se recuperam, sofrendo drástica redução no porte e na produção, podendo chegar até à morte. Desta forma, o recomendado aos produtores é que trabalhem na prevenção, que retardem a disseminação da virose.
A mancha anelar está entre os principais entraves para produção de mamão em escala mundial. Essa doença é causada pelo Papaya ringspot vírus (PRSV-P), que pode provocar perdas na produção que oscilam entre 5% e 100%, dependendo da idade na qual o pomar é infectado.
O PRSV-P infeta sistemicamente mamoeiro e cucurbitáceas e os sintomas são semelhantes. Na cultura do mamoeiro, as folhas apresentam mosaico, clorose, estrias oleosas nos pecíolos e na parte superior do tronco. Os sintomas mais severos incluem, distorção das folhas jovens que podem se assemelhar à cordões de sapato, parecido com danos causados por ácaros. Se as plantas forem infectadas ainda jovens, permanecem pouco desenvolvidas e não produzem frutos de forma econômica. Frutos de plantas infectadas podem apresentar características semelhantes às ocasionadas por deficiência de boro e sempre apresentam manchas anelares (Figura 1), se observam anéis de cor verde oliva, enquanto os pecíolos e o caule mostram manchas alargadas de cor escuro e aspecto oleoso. As plantas atacadas pelo PRSV-P produzem poucos frutos, de pequeno tamanho e de baixa qualidade, quanto ao sabor, aroma, coloração e consistência.
Em cucurbitáceas, os sinais dessa doenças nas folhas são, intenso mosaico, com estreitamento da área foliar e em casos mais severos podem resultar em deformações foliares, com aparência de cordões de sapato semelhantes aos sintomas observados em mamoeiro. É possível notar que, as plantas jovens infectadas não se desenvolvem nem produzem frutos. As plantas adultas infectadas, chegam a produzir frutos, mas os mesmos apresentam mudanças na coloração e deformações do formato (Figura 2).
Detectar esses sintomas em mamoeiro na fase inicial da doença não é uma tarefa fácil, porém, técnicos experientes e bem treinados conseguem detectar esses sintomas antes do desenvolvimento intendo do mosaico e da clorose. É importante essa identificação em fase inicial para que se possa erradicar as plantas infectadas e minimizar a disseminação da virose.
Para o controle, as principais estratégias visam o manejo integrado, que consiste em rotacionar culturas afim de promover barreiras aos afídeos, que são os principais vetores, plantar em aéreas livres de vírus, promover o “rouging” (erradicação de plantas infetadas) e utilizar variedades melhoradas geneticamente que sejam tolerantes ou resistentes à doença.