Gabriella Lima Andrade de Sousa
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
A larva alfinete (Diabrotica speciosa) é um inseto-praga polífago com distribuição em todos os estados brasileiros, bem como em outros países da América do Sul. Na fase adulta, alimenta-se de folhas, brotações novas, vagens ou frutos de várias culturas, causando redução de produtividade, seja pelo efeito direto do dano causado à planta, ou indireto, por atuar como agente transmissor de patógenos, especialmente vírus. Da mesma forma, as larvas de D. speciosa, que são de hábito subterrâneo, têm causado perdas significativas de produtividade de milho, em razão dos danos causados ao sistema radicular.
Fatores como o sistema de produção do milho, novos híbridos, manejo do solo, rotação com outras culturas, baixo índice de parasitismo e proibição de inseticidas clorados para aplicação no solo foram determinantes no desenvolvimento e adaptação da praga à cultura do milho ao longo do tempo.
Os adultos são besouros com menos de 1 centímetro de comprimento. Possuem coloração verde brilhante e três manchas amarelas ovais sobre cada élitro. A cabeça é castanha ou marrom, e o abdome e o protórax são verdes (figura 1). Os ovos são colocados no solo, preferencialmente em terras mais escuras, ricas em matéria orgânica. A coloração do ovo é amarelada e a duração do período embrionário é de 8 dias a 25ºC. As larvas são branco-leitosas, com exceção das extremidades das pernas, que são escuras. As larvas passam por três instares e medem aproximadamente 1 centímetros de comprimento, quando bem desenvolvidas (figura 2).
Figura 1: Adulto de Diabrotica speciosa
Figura 2: Larva de Diabrotica speciosa (larva alfinete)
Os danos são causados pelas larvas e pelos adultos. As larvas se alimentam das raízes das plantas, o que reduz a sustentação e a absorção de água e nutrientes. Quando se alimentam das raízes adventícias, deformam as plantas, que se tornam recurvadas, sintoma conhecido como pescoço de ganso ou milho ajoelhado. Já os adultos fazem perfurações e cortes em brotações, folhas, botões florais e flores. Quando se alimentam das folhas, deixando-as raspadas, pode haver confusão com os danos iniciais da lagarta-do-cartucho. Também se alimentam do estilo-estigma, prejudicando a fertilização e formação dos grãos. Os prejuízos podem ultrapassar 70% quando a infestação é alta.
Excesso e baixa umidade do solo são desfavoráveis à larva. O método de preparo de solo influência a população desse inseto. A ocorrência da larva é maior em sistema de plantio direto do que em plantio convencional. Os agentes de controle biológico mais eficientes são os inimigos naturais Celatoria bosqi, Centistes gasseni, e os fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.
O controle de adultos geralmente é feito com inseticidas. Podem ser utilizadas plantas-armadilha como, por exemplo, o taiuiá (Cerathosanthes hilariana) para o direcionamento do controle. Para larvas é utilizado o tratamento de sementes e, principalmente, aplicação de inseticidas no sulco de semeadura.
Diante do artigo apresentado, nota-se os grandes prejuízos que a larva alfinete causa na cultura do milho. Medidas de controle são importantes para redução dos prejuízos causados, desde que sejam utilizadas de forma racional. O produtor deve buscar informações corretas e um profissional capacitado para o auxílio sobre o controle desta praga no seu cultivo.