LAGARTA DA VAGEM DA SOJA
Gabriella Lima Andrade de Sousa
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
A lagarta da vagem, cientificamente conhecida como Spodoptera cosmioides, apresenta importância agrícola devido ao fato de alimentar-se de plantas de valor econômico, como gramíneas e leguminosas. No Brasil ela tem como hospedeiros o pimentão, o tomateiro, o algodoeiro, o feijão caupi, mudas de abacaxizeiro, a ameixeira do Japão, o arroz, a begônia, a cebola, mudas de eucalipto, o mamoneiro, a mangueira, a pimentão doce, o poejo, a berinjela e as hortaliças em geral. Constitui, juntamente com Spodoptera eridania, o principal grupo de lagartas que atacam vagens de soja.
As condições climáticas de uma região podem ser fatores determinantes para a ocorrência desta praga, pois afetam diretamente o desenvolvimento e o comportamento do inseto. De modo geral, a faixa ótima para o desenvolvimento e atividade dos insetos situa-se entre 15°C e 38°C. Dentro dessa faixa favorável, a temperatura influencia, entre outros fatores, a velocidade de desenvolvimento, que aumenta conforme a de temperatura.
As mariposas possuem até 4 centímetros de envergadura e coloração cinza com manchas brancas, no caso das fêmeas, e amarela com manchas escuras, nos machos (figura 1). As asas posteriores são esbranquiçadas. Assim como outras espécies do gênero Spodoptera, os ovos são postos em massa nas folhas e cobertos por uma camada de pelos e escamas que as mariposas retiram do próprio corpo.
Figura 1: Adulto de Spodoptera cosmioides
As lagartas inicialmente são marrons. Quando bem desenvolvidas, podem chegar a 4 centímetros de comprimento e se tornar cinzas, castanhas ou pretas. No dorso, existem linhas longitudinais de cor branca, marrom ou alaranjada, com várias pontuações douradas ou brancas. Próximas da fase de pupa, exibem uma faixa anelar escura logo após as patas torácicas e outra no final do abdome (figura 2). As pupas de cor avermelhada são encontradas no solo, a poucos centímetros de profundidade.
Figura 2: Lagarta de Spodoptera cosmioides
O primeiro passo no manejo integrado dessa praga é a identificação correta da espécie de lagarta que está ocorrendo na lavoura. Isto é de grande importância porque algumas vezes as táticas de manejo adotadas para uma espécie podem não ter a mesma eficácia de controle para as demais espécies. Considerando o ataque nas vagens, o nível de ação para se utilizar o controle químico é de 10% das vagens atacadas. Já com relação à desfolha o nível de ação é de 30% de desfolha no estádio de desenvolvimento vegetativo e 15% de desfolha no estádio reprodutivo. Considerando a amostragem pelo método da batida de pano para contagem de insetos, o nível de ação é de 20 lagartas grandes (maior que 1,5 centímetros) por metro.
Por todo o exposto, fica claro que a Spodoptera cosmioides é uma importante praga da fase reprodutiva da cultura da soja. Os danos são causados pelas lagartas que inicialmente apenas raspam a superfície das folhas e depois passam a devorar, principalmente, vagens e grãos. As técnicas de manejo integrado de pragas reduzirão o custo de produção, com menor utilização de inseticidas, protegendo a lavoura do ataque dessa praga.