Cecília Donata Silva de Oliveira
A avicultura industrial tem se consolidado no mercado exportador, levando o Brasil a ocupar a posição de segundo exportador de carne de frango. Podemos atrelar o desenvolvimento da avicultura industrial aos avanços no melhoramento genético dos animais, o que proporcionou a esses animais alcançar maior ganho de peso, alto rendimento de carcaça e alta eficiência alimentar. Para acompanhar o desempenho dessas aves, é necessário o investimento em tecnologias no sistema de criação destes animais, para garantir produtividade máxima e também bem-estar animal.
O ambiente e o bem-estar animal
O ambiente em que animais de produção estão inseridos podem afetar negativamente ou positivamente seu desempenho. Frangos de corte necessitam ser mantidos na zona de termoneutralidade, evitando assim, o desperdício de energia na manutenção da temperatura corporal.
Podemos pontuar como temperatura ideal para frangos de corte entre 33°C a 34°C para pintinhos e 15°C a 28°C quando esses animais se encontram na sua fase adulta. Além deste fator, o interior das instalações deve possuir renovação adequada do ar, para garantia de um ar de qualidade.
Instalações para frangos de corte
Neste sentido, as instalações de frangos de corte desempenham um papel fundamental para controle das variações climáticas ao associarmos o manejo sanitário e melhoramento genético é possível obtermos elevados níveis de produtividade e sanidade animal. Ao se investir em instalações para frangos de corte possível obtermos controle total de variações como:
Umidade relativa do ar;
Tempo de exposição à luminosidade natural.
Sistema Convencional
Este sistema consiste em um modelo simples de criação. Sem contar com muitas tecnologias para controle da temperatura e umidade, o manejo das cortinas externas dos aviários e acionamento de ventiladores dispostos em seu interior consistem na principal forma de controle da temperatura e umidade interna das instalações. Além disto, este sistema é caracterizado de forma mais simplificada, conta com comedouros tubulares para fornecimento de ração, bebedouro pendular e ausência de forração. Este sistema requer maior atenção por parte do avicultor, este deve estar atentos as necessidades das aves para um ambiente que favoreça o seu desempenho.
Sistema Dark House
Este sistema conta com maior nível tecnológico, dentre suas principais características podemos citar comedouro automático, bebedouro nipple, exaustores em pressão negativa, sistema de resfriamento, presença de forro, controle da intensidade de luz e presença ou não de defletores. Devido ao grande número de equipamentos faz-se necessário que a propriedade conte com gerador de energia, para assegurar o funcionamento dos equipamentos mesmo se houver acidentes na rede elétrica.
O sistema dark house conta com a vedação total das laterais das instalações permitindo que o externo não influencie no seu desempenho. O resfriamento interno é obtido por meio de painéis evaporativos instalados em uma das extremidades do aviário e, na direção oposta, um conjunto de exaustores proporciona a troca de ar. O sistema também conta com o controle da luminosidade dentro das instalações. A luz atua indiretamente sob a produção: a luz mais brilhante pode ser utilizada para aumentar a atividade das aves sendo ligada em horários estratégicos, nos quais as temperaturas se encontrem amenas e maximizem o consumo das aves; e a luz de baixa intensidade ajuda a aumentar a eficiência alimentar, pois acarreta em menor atividade e menor desperdício de ração pelos animais.
Tabela 1. Médias de peso corporal aos 42 dias de idade (PC), ganho de peso (GP), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA), mortalidade (MORT) e incidência de calo (ICP) de pata em frangos de corte, de acordo com os diferentes tratamentos.
O sistema de instalações do tipo dark house pode ser uma alternativa para avicultores que desejam intensificar a sua produção e melhorar o desempenho das suas aves, podendo obter retorno econômico com o aumento do peso corporal das aves e ganho de peso das mesmas.
Referências bibliográficas
FERREIRA. JACQUELINE C. AMBIÊNCIA E CONSUMO DE ENERGIA EM GALPÕES DARK HOUSE PARA CRIAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE: USO DE DIFERENTES TIPOLOGIAS E MATERIAIS DE FECHAMENTO LATERAL. Dissertação Mestrado – Universidade Federal de Lavras, LAVRAS 2017.
ROVARIS, E. et al. DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE CRIADOS EM AVIÁRIOS DARK HOUSE VERSUS CONVENCIONAL. PUBVET, Londrina, V. 8, N. 18, Ed. 267, Art. 1778, Setembro, 2014.
PAN. KARISON. FERREIRA. AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO DE AVIÁRIOS DARK HOUSE, COM E SEM ISOLAMENTO TÉRMICO: UM ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DE PALOTINA – PR. Dissertação Mestrado – Universidade Estadual do Oeste do Paraná. CASCAVÉL 2015.