Autor: Otávio Canestri de Souza Andrade
A cultura da soja é hoje uma das mais importantes e que mais contribuem com o desenvolvimento da economia e com o agronegócio do país.
Atrás somente dos Estados Unidos, o Brasil se posiciona no ranking como o segundo maior produtor e que possuí aproximadamente, 35,822 milhões de hectares de área plantada.
Além disso, possuímos também uma produção aproximada de 114,843 milhões de toneladas por ano e uma produtividade média de 3.206 kg/há.
No país, o estado que se destaca como maior produtor é o Mato Grosso, com uma produção de 32,455 milhões de toneladas por ano e também um total de 9,700 milhões de hectares de área plantada (Conab, 2019).
Esses números são realmente expressivos e se destacam muito quando comparados com o restante do mundo.
No entanto, o segredo para essa elevada produtividade vai muito além do fato do país possuir solos férteis, temperaturas adequadas ou chuvas regulares.
Material de qualidade.
Um fator que contribuí imensamente e que é grande responsável por essas altas médias de produção é a qualidade dos materiais (sementes) que são utilizados nas lavouras.
Sementes bem tratadas, com origem de procedência e que produzem materiais adaptados ao nosso clima, sem dúvida são a chave para o Brasil ocupar o posto de segundo maior produtor mundial.
Diante deste contexto, estudos envolvendo as sementes se tornaram algo recorrente e muito necessário.
Sabemos que a qualidade fisiológica das sementes, representada pela viabilidade, vigor e tamanho pode influenciar diretamente muitos aspectos do desempenho, como, por exemplo, a taxa de emergência, a emergência total, vigor, altura da planta, entre outros.
Porque o diâmetro é relevante?
É possível observar que as sementes de maior tamanho (diâmetro) ou aquelas que apresentam maior densidade possuem, normalmente, embriões bem formados e com maiores quantidades de reservas, sendo potencialmente as mais vigorosas.
Em consequência disso, a maior quantidade de reserva aumenta a probabilidade de sucesso no estabelecimento da planta, pois permite a sobrevivência por maior tempo em condições ambientais desfavoráveis.
Pesquisa especializada:
Com o objetivo de estudar essas relações entre a semente e o desenvolvimento da planta, os pesquisadores Gilda Pizzolante de Pádua, Roberto Kazuhiko Zito, Neylson Eustáquio Arantes e José de Barros França Neto realizaram um experimento que quantificasse a verdadeira influência do diâmetro da semente de soja e o seu futuro desenvolvimento e vigor.
Foram utilizadas as cultivares BRSMG 752S, BRSMG 790A e BRSMG 750SRR originadas de três tamanhos de semente (peneiras 4,0 mm, 5,0 mm e 6,0 mm), provenientes do programa de melhoramento genético da soja, parceria entre EPAMIG/Embrapa/Fundação Triângulo.
O experimento teve a duração de aproximadamente 4 meses, sendo implantado no início de dezembro e colhido no início de abril. Quando finalizado, os pesquisadores avaliaram e quantificaram a altura e a produtividade de cada uma delas, obtendo os seguintes resultados:
Conclusão
Pelos resultados observados, foi possível concluir que com a utilização de sementes menores, foram produzidas plantas com menor altura e com menor potencial produtivo em relação as sementes de maior diâmetro.
Embora as três cultivares avaliadas não tenham apresentado o mesmo comportamento, pode-se supor que em condições ambientais desfavoráveis, a semente de maior tamanho, que geralmente possui maior quantidade de reserva, exercerá papel importante no estabelecimento e no rendimento da lavoura.
Dessa forma, concluímos que a utilização de sementes com maior diâmetro é fundamental para se obter sucesso elevados nos níveis de produtividade em uma safra, proporcionando uma produção maior de alimentos e também um retorno financeiro maior ao produtor.
Referência
PÁDUA, G. et al. INFLUÊNCIA DO TAMANHO DA SEMENTE NA QUALIDADE FISIOLÓGICA E NA
PRODUTIVIDADE DA CULTURA DA SOJA. – Revista Brasileira de Sementes, vol. 32, nº 3 p. 009-
016, 2010
Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbs/v32n3/v32n3a01.pdf