Cecília Donata Silva de Oliveira
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Podução de leite e o ambiente
O maior sistema de criação de animais ao ar livre, faz com que esses animais passem por um pe posição a luz solar. Vacas especializadas na produção são muito utilizadas por produtores, porém são as que mais sofrem com as condições climáticas, especialmente no verão, quando ocorrem altas temperaturas e umidades e radiação solar intensa, restringindo esses animais de expressarem seu máximo potêncial.
Altas temperaturas, radiação excessiva e alta umidade reduzem o consumo de alimentos e consequentemente reduzem o desempenho produtivo destes animais. Animais criados em sistema a pasto são capazes de perceber e responder de forma positiva a pequenas alterações no ambiente. O fornecimento de sombra pode amenizar o extresse por calor durante o dia, e se este sombreamento for devidamente orientado e planejado poderá resultará em animais com maior produtividade em épocas quentes.
Os bovinos de leite são animais homeotérmicos, mantêm a sua temperatura corporal constante com uma pequena faixa de variação, buscando o equilíbrio, quando essas se estabilizam ocorre o estado de conforto térmico, a manutenção constante da temperatura é essencial para o funcionamento eficiente do organismo do animal.
Respostas fisiológicas do animal ao estresse térmico
O estresse térmico representa uma condição do animal que está fora da zona de conforto em relação à temperatura ambiente. O estresse térmico acontece quando o somatório das forças externas que agem sobre o animal homeotérmico, alterando a sua temperatura corporal, resultando em tensões fisiológias, metabólicas, celulares e moleculares.
No Brasil vacas leiteiras especializadas tem os seus índices piorados no período de novembro a abril, sinais podem ser observados nos animais que nos indicam que está ocorrendo o estresse térmico, respostas estas que variam em função de fatores como nível e estádio de produção, proporção de volumosos na dieta, quantidade e qualidade da proteína fornecida e amplitudes de variação das variáveis ambientais
- Frequência respiratória (FR) – O aumento da frequência respiratória, faz com que o animal perca o excesso de calor por vaporizar maior quantidade de água no ar expirado.
- Sudorese – Segunda reação rápida da vaca frente ao desconforto, assegura a perda do calor nos animais, aumenta linearmente com a temperatura do ambiente.
- Redução na ingestão de alimento – O consumo de vacas em lactação tendem a decrescer se os animais forem submetidos ao desconforto térmico por um longo período de tempo, reduzindo a produção de leite.
- Aumento da temperatura retal.
Modificações ambientais
Independente do sistema de produção, e do nível tecnológico adotado pela propriedade a produção leiteira está em evolução constante, com o objetivo de elevar a produtividade preconizando o bem-estar dos animais. Modificações no ambiente natural podem ser benéficas para aumento desempenhos produtivos adequados em regiões de clima quente, refletindo positivamente no lucro da atividade.
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Sombreamento natural
Utilização de árvores, em pastos ou piquetes, permite maior conforto, o sombreamento natural tem um baixo custo e alta eficiência. Seguindo as recomendações, em clima seco 3m² por animal e clima úmido no mínimo 5m² por animal, está deve ser seguida para evitar aglomeração de animais a uma mesma sombra, trazendo efeito reverso aos benefícios citados.
Sombreamento artificial
Em situações onde não há disponibilidade de árvores, ou em sistemas de pastejo rotacionado, utilizar o sombreamento artificial seja ele móvel ou fixo é importante para minimizar os efeitos de estresse nos animais, o sombreamento artificial em pastagens também pode ser utilizado até que o plantio e o crescimento desejável das árvores aconteçam. Utilizar material de fácil aquisição, com um bom custo beneficio; a localização altura do sombreamento devem ser definidas junto com um técnico e de acordo com o clima da região.
Tabela 1: Utilização de diferentes matérias para fornecimento de sombra para bovinos leiteiros em clima quente e úmido.
Tipo de sombra | Temperatura da pele (°C) | Respirações por minuto | Temperatura retal (°C) |
Alumínio | 35,25 | 64 | 38,72 |
Ferro galvanizado | 35,10 | 61 | 38,60 |
Alumínio arredondado | 34,10 | 68 | 38,60 |
Árvores | 35,05 | 66 | 38,55 |
Sem sombra | 37,05 | 94 | 39,10 |
Fonte: Maior produção com melhor ambiente – Rony Antônio Ferreira (Adaptado de Müller 1989).
Além dos métodos vistos acima de sombreamento para animais criados em sistemas a pasto, há métodos para mínimizar o estresse pelo calor, em vacas leiteiras confinadas, que têm sido utilizados são: sombreamento, ventilação, resfriamento do ar a partir da aplicação de gotículas de
água, aspersão de água sobre os animais acompanhada de ventilação forçada e condicionamento do ar; que também devem ser planejado por um técnico para maximizar as respostras produtivas dos animais e reduzir gastos desnecessários .
Referências
- Livro: Maior produção com melhor ambiente. Autor: Rony Antônio Ferreira
- Conforto Térmico em Bovinos Leiteiros a Pasto – Por: Isabel Cristina Ferreira Carlos Frederico Martins Álvaro Moraes da Fonseca Neto Heidi Christina Bessler Cumpa. Disponível em:
h ttps://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1092310/1/Doc342.pdf
- Eficiência da área de sombreamento artificial no bem-estar de novilhas leiteiras criadas a pasto. Por: Elisabete Maria Mellace. Disponivel em:
h ttp://www.nupea.esalq.usp.br/admin/modSite/arquivos/imagens/d164af673c629ff02500eb23f73ffd5d.pdf
- A importância do sombreamento no conforto térmico de vacas leiteiras. Disponível em:
h ttps://www.milkpoint.com.br/artigos/producao/a-importancia-do-sombreamento-no-conforto-termico-de- v acas-leiteiras