Embora a cana-de-açúcar seja uma cultura de produção intensa, devido à demanda por biocombustíveis, sua produtividade média não atinge os melhores índices. Esse fator é ocasionado por adubações desequilibradas em relação às necessidades nutricionais da cultura. Durante o crescimento e desenvolvimento da cana, a planta acaba removendo do solo grandes quantidades de nutrientes. Sendo assim o uso adequado de fertilizantes se torna necessário na diminuição de perdas.
Para avaliar o rendimento agrícola de uma produção e a inserção de novas variedades é necessário ter conhecimento das taxas de crescimento e alocação de nutrientes durante o crescimento da cana. Há uma relação direta entre disponibilidade de nutrientes na solução do solo e o teor deles na folha das plantas, por isso o diagnóstico nutricional através de uma análise foliar é considerado também uma maneira de se avaliar a fertilidade do solo. Os resultados de uma análise foliar quando bem interpretados traz uma melhor racionalização dos insumos, isso evita perdas e melhora o equilíbrio nutricional das plantas. Esse controle proporciona, além de uma boa produtividade, uma maior segurança no uso de adubos e corretivos.
Para o sucesso na avaliação foliar é necessária uma padronização de amostragem e a correta identificação da parte da planta que irá compor o material que é levado para o laboratório. A análise foliar permite identificar a faixa de variação dos teores de nutrientes nas folhas e prever áreas que apresentaram deficiência nutricional.
As taxas fotossintéticas e o metabolismo da sacarose são fatores influenciados pelo estado nutricional da cana. Confira na tabela abaixo os macronutrientes que são exigidos pela cultura de acordo com cada parte da planta:
Figura 1: Extração e exportação de macronutrientes para a produção de 100 toneladas de colmo. Fonte: Vitti et al
Segundo Orlando Filho (1983), o Nitrogênio é o responsável pelo aumento do comprimento do colmo, o que faz a parede celular ficar mais delgada, diminuindo a percentagem de fibra na planta. Já em excesso, durante a maturação, esse nutriente leva a perda de qualidade da sacarose. É necessária muita atenção em relação ao excesso de N, pois este promove o crescimento vegetativo exagerado, provocando acúmulo desse açúcar nos vacúolos dos colmos.
Taísa da Silva
Estudante de Agronomia da Universidade Federal de Lavras.
Colaboradora do 3RLAB
GALLO, J. Romano; ALVAREZ, Raphael; ABRAMIDES, Eduardo. Amostragem em cana-de-açúcar, para fins de análise foliar. Bragantia, Campinas, v. 21, n. unico, p. 899-921, 1962 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87051962000100054&lng=en&nrm=iso>. access on 16 Apr. 2021. https://doi.org/10.1590/S0006-87051962000100054.
FUKUDA, C.; OTSUBO, A. A. Cultivo da mandioca na região centro sul do Brasil. In: EMBRAPA. Sistemas de produção. Brasília, DF, 2003. (Embrapa Mandioca e Fruticultura. Sistemas de Produção, 7). Acesso em 10 de abril de 2021.