Cecília Donata Silva de Oliveira
A soja é um dos principais commodities mundiais e também uma fonte rica em nutrientes, devido a seu teor de proteína bruta e fonte de aminoácidos é amplamente utilizado na fabricação de ração animal. A soja in natura possui fatores antinutricionais que a impossibilitam de ser utilizada para consumo animal, fatores estes que reduzem a eficiência na utilização da proteína e demais nutrientes das dietas pelos animais, ocasionando respostas fisiológicas não desejáveis podendo levar a morte do animal. O processamento pelo calor permite neutralizar os fatores antinutricionais e viabilizar o consumo de coprodutos da soja na alimentação animal.
Os principais fatores antinutricionais encontrados na soja são:
- Inibidores de tripsina;
- Hemaglutininas;
- Taninos;
- Alcaloides;
- Saponinas e glicosídios, que são compostos termolábeis.
O farelo de soja resultante da extração do óleo dos grãos é um dos coprodutos mais utilizados nas formulações de rações animais, assim como a soja in natura, ele possui ótimos níveis de proteína e energia. E o farelo tem uma boa aceitabilidade pelos animais, os níveis de proteína variam entre 44% a 48% dependendo do processo de extração do óleo e conforme a inclusão da casca da soja na mistura com o farelo.
O alto teor proteico em sua composição provêm da soja sem casca, enquanto as de baixo teor de proteína (44% PB) invariavelmente contêm as cascas e possuem maior teor de fibras e menor de energia. Mediante a isto a Instrução Normativa n.º 795/1993 do MAPA define um padrão oficial de classificação do farelo de soja, visando padronização no momento recebimento do insumo em fábricas de ração.
Tabela 1: Padrão oficial de classificação do farelo de soja
Para uma fábrica de rações, a otimização de formulações que permitam o máximo de desempenho animal são muito importantes, sendo necessário o conhecimento dos valores nutricionais do farelo de soja pode ser um meio eficiente para permitir uma formulação mais precisa.
Recebimento de matéria-prima.
No momento do recebimento da carga de farelo de soja, assim como a entrada de matéria-prima em uma fábrica, o primeiro passo é a pesagem do caminhão para conferência prévia, a seguir deve ser realizada uma amostragem, para farelo de soja deve ser realizada em oito pontos do caminhão, sendo quatro superiores e quatro inferiores, se houver possibilidade realizar análise antes da descarga, para garantia dos níveis de umidade entre outros e assegurar uma boa armazenagem, cargas ensacadas são descarregadas em galpões e cargas a granel são descarregadas em moegas onde seguem para os respectivos silos de armazenamento. O processo de armazenagem do produto também deve ser realizado de forma adequada, atendendo os requisitos de higiene e limpeza, afim de garantir uma boa armazenagem e redução de perdas nutricionais devido à proliferação de fungos, seguindo todos os procedimentos adequados é possível obter uma ração com máxima qualidade.
Referências:
- Beus. Fabiana. C. Vivência numa Fábrica de Rações para Alimentação Animal. Trabalho de Conclusão de Curso/Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
- Bernadi. Alex. GESTÃO E MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS MATÉRIASPRIMAS DA INDÚSTRIA DE RAÇÕES AVÍCOLAS. Dissertação Mestrado. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco.
- Bellaver. Cláudio¹; Snizek. Pedro N.² PROCESSAMENTO DA SOJA E SUAS IMPLICAÇÕES NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS E AVES. Embrapa Suínos e Aves
- Gonçalves. Thabata C. CONTROLE DE QUALIDADE EM FÁBRICA DE RAÇÃO ANIMAL. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação – Universidade Federal de Mato Grosso.