Cristiane Andrade Pinto
Universidade federal de Lavras – 3rlab
A agricultura caminha rapidamente no que diz respeito aos incrementos, em produtividade e também na praticidade em executar os manejos da lavoura durante o ciclo da cultura. Neste sentido, a cultura do algodoeiro dispõe de grandes avanços tecnológicos, sendo eles em novos fertilizantes, tecnologias que agregam maior viabilidade na realização das práticas culturais e, consequentemente, possibilitam a elevação do custo de produção e a maior qualidade do produto final.
Quanto a parte nutricional do algodoeiro, os cotonicultores podem lançar mão de algumas práticas que vêm mostrando grandes resultados no que diz respeito à elevação da produtividade da cultura. A fertilização via foliar com aminoácidos (figura 1) vêm sendo muito difundida e apresenta incrementos significativos no crescimento e consequentemente na produção da lavoura.
Figura 1:aplicação foliar
Estes acréscimos estão diretamente relacionados com a forma de atuação dos aminoácidos na planta, se mostrando prontamente disponíveis para absorção, evitando assim maiores gastos de energia (ATP) com sua metabolização. Também está diretamente relacionado com as fases de crescimento do ciclo da cultura, em que o fornecimento é feito no momento que a demanda é elevada, como a floração e frutificação.
Por meio de ensaios de campo, foi possível analisar e quantificar o efeito da aplicação de aminoácidos no algodoeiro, sendo que as características morfológicas da planta, como altura e diâmetro de caule apresentaram incrementos de crescimento. O maior crescimento e desenvolvimento dos ramos aliados às condições adequadas e à eficiência da aplicação fazem com que a produtividade final da área seja elevada, assim como a rentabilidade da atividade.
A presença de aminoácidos nos fertilizantes exerce a função de complexação de nutrientes, permitindo formular fertilizantes foliares que apresentam vantagens para diferentes culturas. No algodão, observa-se que a incorporação do aminoácido no fertilizante faz com que os nutrientes sejam facilmente aproveitados, favorecendo a velocidade e a eficiência da absorção, transporte e assimilação do nutriente pelas plantas.
Como a velocidade de absorção do nutriente é mais rápida, as perdas são reduzidas por lavagem com chuvas, já que a complexação evita que o nutriente fique preso na cutícula e epiderme da planta, fazendo com que o produto fique exposto por menos tempo. Com rápida absorção a suplementação nutricional e a correção da carência nutricional da planta são corrigidos rapidamente. Outro ponto a ser destacado é que o aminoácido pode ser incorporado ao metabolismo vegetal e participar de processos biológicos da planta, oferecendo resposta aos estresses ambientais.
Pesquisas recentes mostram que os ganhos na produtividade do algodão com o uso de formulações à base de aminoácidos chegam a até 10%, de acordo com o material genético utilizados e também a quantidade aplicada. As aplicações foliares de fertilizantes com aminoácidos são divididas em quatro, sendo a primeira com 30 dias após a emergência (DAE), a segunda com 50 DAE, uma aplicação na pré-florada e outra na pós-florada. Cabe lembrar que o número de aplicações depende do nível tecnológico do produtor, do produto utilizado e do custo de produção.
Em relação ao custo de aplicação do fertilizante com aminoácidos, calcula-se em torno de R$100,00 por hectare, considerando apenas o preço do produto. Vele a pena destacar que o preço do produto varia de acordo com seu preparo, marca comercial, composição e tipo de formulação. Se levarmos em conta os custos totais para se realizar a aplicação, o valor pago pelo produtor fica mais oneroso, uma vez que temos que levar em conta os valores gastos com mão de obra, maquinário combustível.