Lucas Machado – Universidade Federal de Lavras – 3rlab
A soja tem grande destaque por ser utilizada como matéria prima para rações animais, fabricação de biocombustível e alimentação humana. É uma das culturas de maior importância no cenário nacional, cultivada principalmente no centro-oeste e sul do país. Com a chegada de novas tecnologias e técnicas de manejo, a produção nacional tem aumentado cada vez mais.
Pragas e doenças são as principais causas da diminuição de produtividade. Na cultura da soja a Ferrugem Asiática causada por um fungo (Phakopsora pachyrhizi), pode acarretar prejuízos severos à lavoura (figura1). A doença é originaria do Japão, porém no Brasil o fungo encontrou condições ideias para se desenvolver. A Ferrugem provoca a desfolha precoce da soja, prejudicando a formação de grãos, ocasionando uma queda significativa na produtividade e aumento no gasto com produtos fitossanitários.
O vazio sanitário é um período em que o agricultor não pode ter em sua área de lavoura plantas vivas de soja, sendo de responsabilidade de órgãos estaduais de fiscalização agropecuária verificar essas irregularidades e punir através de multas os produtores que não cumprirem com o vazio sanitário. Essa estratégia visa diminuir o número de esporos da doença durante a entressafra, possibilitando assim uma redução da incidência da doença durante o período vegetativo da cultura. O período do vazio sanitário pode variar de 60 a 90 dias e foi assim estipulado levando em consideração que os esporos da doença sobrevivem no ar por cerca de 55 dias. Essa prática não elimina a ferrugem, apenas previne e possibilita que a doença ocorra mais tarde na lavoura, assim o produtor tem um menor custo com fungicidas.
Atualmente existem 12 estados que adotam a estratégia do vazio sanitário, segundo o Consórcio Antiferrugem – Portal Embrapa:
Paraná: de 15 de maio até 15 de setembro;
Mato Grosso: de 5 de maio até 15 de setembro;
Goiás: de 1º de julho até 30 de setembro;
Mato Grosso do Sul: de 15 de junho até 15 de setembro;
Bahia: de 15 de agosto até 15 de outubro;
Minas Gerais: de 1º de julho até 30 de setembro;
São Paulo: de 15 de junho até 15 de setembro;
Distrito Federal: de 1º de julho até 30 de setembro.
Tocantins: de 1º de julho até 30 de setembro;
Rondônia: de 15 de junho até 15 de setembro.
Pará: devido a diferenças climáticas, foram estabelecidos dois períodos de vazio sanitário. De 15 de julho a 15 de setembro nas microrregiões de Conceição do Araguaia, Redenção, Itaituba (com exceção dos municípios de Rurópolis e Trairão), Marabá e Altamira (distrito de Castelo dos Sonhos). De 1º de outubro a 30 de novembro nas microrregiões de Santarém, Paragominas, Bragantina, Guamá, Altamira (com exceção Distrito Castelo dos Sonhos);
Maranhão: o vazio sanitário é dividido em dois períodos. O primeiro ocorre de 15 de agosto a 15 de outubro e compreende as microrregiões do Alto Mearim, Grajaú, Balsas, Imperatriz e Porto Franco. Já o segundo período, que vai de 15 de setembro a 15 de novembro, abrange a Baixada Maranhense, Caxias, Chapadinha, Codó, Coelho Neto, Gurupi, Itapecuru Mirim, Pindaré, Presidente Dutra e Rosário, além de Paço do Lumiar, Raposa, São José de Ribamar e São Luís.