Diovana M. Santos
Universidade Federal de Lavras-3rlab
O manejo nutricional dos equinos é importante para manter a saúde do animal, se a alimentação do cavalo encontra-se irregular, vários problemas provenientes do excesso ou ausência de certos nutrientes podem surgir. Nos animais de fazenda (animais de lida), passeio ou terapia, o uso exclusivo de pastagem (bem manejada) pode atender as exigências nutricionais dos equinos, alimentando-os bem, e com um custo menor que o uso de rações, viabilizando muitas criações. Mas deve-se fornecer sal mineral especifico, água de qualidade e alguns cuidados, já que é comum a utilização de produtos geralmente empregados nas dietas de outras espécies animais e que podem ter efeito tóxico em equinos, como é o caso da monensina sódica (aditivo não alimentar, com o efeito já bastante reconhecido em animais em crescimento e engorda).
Já os animais atletas e éguas em lactação tem a exigência aumentada de acordo com o nível de desempenho expressado. No caso o uso de uma suplementação concentrada ou de ração é recomendado, mas sempre em conjunto com um bom pasto. Em ambos os casos deve-se tomar algumas precauções já que os equinos podem apresentar diversos distúrbios relacionados com nutrição inadequada.
Mal da “cara inchada”: doença denominada Osteodistrofia Fibrosa (figura 1); ocorre pela mobilização de cálcio dos ossos da face para a corrente sanguínea quando o animal precisa de mais cálcio do que está ingerindo ou quando há um desequilíbrio entre a quantidade de cálcio e fósforo na corrente sanguínea (ideal é que a relação P:Ca seja de 2:1).
Figura 1: Cavalo com Osteodistrofia Fibrosa.
Os oxalatos são substâncias presentes em algumas forragens que impedem que o cálcio seja absorvido corretamente levando a um quadro de deficiência de cálcio. É importante que seja fornecido aos animais um volumoso de qualidade e isento desses compostos.
Cólicas: manejos nutricionais irregulares aliados ao fornecimento exagerado de suplementos alimentares, juntamente com mudanças repentinas e constantes na alimentação do cavalo são os principais responsáveis pelo surgimento das cólicas nos equinos. Os sinais mais claros de que o animal está com cólica é a inquietação, onde o animal passa a raspar o chão, sapatear e escoicear o ar e o ventre, rolar no chão, deitar de costas e sentar-se de maneira semelhante a um cachorro por um longo período. Em animais castrados é comum observar a exposição do pênis sem urinar e urina entrecortada e em pequenas quantidades.
Diarreias: como as cólicas, as causas das diarreias podem estar relacionadas com mudanças repentinas na alimentação do cavalo. As diarreias podem ser evidenciadas quando há a presença abundante da água no excremento do equino.
Laminite: também chamada de aguamento, é caracterizada pela inflamação aguda ou crônica das lâminas do casco do equino. As causas para o surgimento da doença podem estar relacionadas com o consumo excessivo de grãos e de de forragens verdes na alimentação do cavalo (figura 2).
Figura 2- Laminite avançada.
Verminoses: doenças parasitárias que causam redução do desempenho dos animais, subnutrição e podem até mesmo levar ao óbito em casos severos, natural que os animais contraiam vermes durante sua vida, especialmente durante o pastejo e ingestão de concentrados. Contudo através de um manejo adequado do uso de vermífugos e de uma boa rotação de pastos é possível controlar e minimizar as infestações.