Giane Lima Nepomuceno
Universidade Federal de Lavras – 3rlab.
Entre os manejos realizados na granja de suínos, é importante destacar o embarque dos animais para o abate. Quando o manejo do transporte de animais para abate não é bem planejado, o produtor rural pode ter sérias perdas com o aumento da mortalidade dos animais. Sendo assim, e indispensável manter o bem-estar animal em todas as fases de criação.
Sem dúvida, o momento do transporte envolve situações que podem ser estressantes tanto para os animais quanto para os humanos. São situações que ocorrem, principalmente, devido esforço físico, mudança de ambiente e exposição a ruídos. E, no caso de falhas na execução do manejo para embarque, o bem-estar e o processo produtivo dos animais podem ser comprometidos, devido ao aumento do estresse, sobrecarga metabólica e ocorrências de lesões que podem em casos extremos, levar o suíno à morte (figura 1).
O jejum pré-abate reduz a taxa de mortalidade durante o transporte diminui a incidência de regurgitação do suíno (estômago cheio), impede a contaminação da carcaça (rompimento das vísceras cheias durante o abate), diminui os custos de produção (redução do consumo de ração no pré-abate) e diminui os dejetos deixados pelos suínos durante o transporte (redução de quedas).
Figura 1: Transporte dos animais para o frigorifico.
Embarque
Os animais devem ser conduzidos para o local de embarque com tranquilidade, sem estresse e utilizando tábuas de manejo.
A rampa de embarque deve ter no máximo 20º de inclinação e piso antiderrapante, para facilitar a condução dos animais e evitar escoriações.
Transporte para o abate
- Preparo dos documentos necessários para o transporte dos animais;
- Programação do horário para o transporte;
- Retirada dos suínos da baia em grupos de dois a três;
- Condução dos animais com calma e tranquilidade;
- Planejamento do embarque para evitar o contrafluxo;
- Garantia de que rampa de embarque esteja seca, limpa e coberta com serragem;
- Planejamento da chegada dos caminhões para evitar atrasos;
- Os animais devem ser alojados no caminhão na razão de 2,5 suínos de 100 kg por m2, ou seja, propiciar uma área de 0,40 m2para cada 100 kg de peso animal (figura- 2);
- Garantia de que os suínos não passem por estresse térmico;
- Garantia de que os animais não sofram maus tratos durante o manejo de transporte;
- Ao chegar à propriedade para carregar os animais o caminhão deve ter sido previamente higienizado e desinfetado, evitando assim a exposição dos mesmos a eventuais agentes contaminantes.
Figura 2: Os animais devem ser alojados no caminhão na razão de 2,5 suínos de 100 kg por m2, proporcionando uma área de 0,40 m2 para cada 100 kg de peso animal.
O transporte deve ser efetuado com calma, de preferência durante a noite, sempre aproveitando as horas mais frescas ou de menor temperatura. O cuidado no transporte deve ser redobrado quando este for feito em estradas não pavimentadas ou irregulares. Em viagens longas, o motorista deve parar o caminhão em locais adequados para que os animais não fiquem expostos a condições adversas, como o sol, que em épocas de verão pode ocasionar queimaduras de pele no animal. Se a permanência dos animais for por um período muito longo, paradas regulares são recomendadas para que se molhem os animais, principalmente em épocas mais quentes (figura -3). Em viagens que durem entre 10h e 12h é preciso fornecer água aos suínos.
Figura 3: Viagens por períodos longos, paradas regulares são recomendadas para que se molhem os animais, principalmente em épocas mais quentes.
De modo geral, os animais não devem viajar por um período superior a 24 horas. O transporte adequado impacta favoravelmente na qualidade da carne, diminuindo a incidência da carne PSE (pálida, mole e exsudativa) e DFD (escura, firme e seca).