Lucas Machado – Universidade Federal de Lavras – 3rlab
Várias espécies de insetos estão associados à cultura do milho e muitos deles apresentam alta capacidade de causar danos econômicos às lavouras. Em partes, o prejuízo que esses insetos causam é devido à dificuldade de acesso a informações e tecnologias que protegem os cultivos. Neste contexto, está a importância de existir técnicos capacitados atuando no campo para levar conhecimentos e as novidades em tecnologia aos produtores.
Uma das pragas de solo que acomete a cultura do milho é o coró (Diloboderus abderus, Eutheola humilis, Dyscinetus dubius, Stenocrates sp, Liogenys sp), conhecido também como bicho bolo ou pão-de-galinha. Os besouros (fase adulta do inseto) de todas as espécies, podem ser facilmente percebidos à noite, próximos a fontes de luz. A postura é realizada pelas fêmeas no solo e aproximadamente uma semana depois eclodem as larvas que se alimentam do sistema radicular das plantas. As larvas possuem cabeça marrom, corpo de coloração branco-amarelada e em forma de C. A ponta do abdômen é transparente e brilhante. As larvas de cada espécie podem ser diferenciadas pelo tamanho e pela disposição dos pêlos e espinhos na região ventral do último segmento abdominal (figura 1).
O coró se alimenta das raízes da planta, diminuindo assim a capacidade dela em absorver água e nutrientes, afetando a produtividade final da lavoura. Em regiões onde a safrinha de milho é desenvolvida, o inseto está causando prejuízos significativos e segundo pesquisadores, a média de perdas fica em torno de 20% (figura 2). Para combater essa praga existem duas formas de controle químico: o tratamento de sementes e a aplicação de inseticida no sulco de plantio.
As larvas vivem em galerias no solo (10 a 20 cm), se alimentando de restos culturais e das raízes das plantas, o que acarreta o tombamento das mesmas e consequentemente a perda em produtividade (figura 3).
O monitoramento dos insetos na lavoura por meio de amostragens é essencial. A observação da infestação da praga deve ser feita ainda na cultura anterior, portanto, no caso do milho safrinha, é primordial que o monitoramento ocorra na safra de verão. A presença de um coró por metro quadrado indica a necessidade de controle. Se a população de insetos for maior, pode ser necessário realizar o tratamento de sementes e/ou a aplicação de inseticida no sulco.
A quantidade de besouros que o produtor observa na propriedade, próximo a pontos de iluminação, pode ser um indicativo se naquela safra a infestação de corós será maior ou menor em comparação a safras passadas. Para realizar a amostragem na lavoura, é preciso abrir trincheiras com buracos de 20 a 30 cm de profundidade, 50 cm de comprimento e 20 cm de largura. O ideal é fazer na linha da cultura anterior, no caso do milho safrinha, deve ser feito na linha de soja.
Os corós são capazes de causar danos tanto para culturas de verão quanto para culturas de inverno, principalmente em áreas de plantio direto. Geralmente, em lavouras de milho os danos são localizados, ou seja, são verificados em reboleiras.
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Gostaria muito de saber qual o método e o produto para combater a larva escarabeiforme ,pois na minha propriedade em Planaltina de Goiás esta me prejudicando muito a área de plantio de hortaliças e grãos (milho e feijão carioca) estão infestando e destruindo o plantio,obrigado e aguardo resposta