Gabriel Castillo
Universidade Federal de Lavras-3rlab
Sabe-se que o a cultura do tomate está entre as hortaliças mais cultivadas no mundo e o Brasil se destaca como um dos maiores produtores mundiais e o maior da América Latina. Diante disso, cabe ressaltar que o tomateiro é alvo constante de diversos microorganismos patogênicos e dentre estes se encontra o fungo Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici causador da murcha de Fusarium. Essa doença é uma das mais importantes na cultura do tomate.
A doença ocorreu tem ocorrência no nordeste brasileiro desde 1935 e no estado de São Paulo desde 1957/58 e posteriormente disseminando para os demais estados. Sabe-se que as variedades disponíveis na época eram suscetíveis à doença, gerando assim a necessidade por obter cultivares resistentes, objetivando um método de controle com menores custos.
O patógeno pode se disseminar por meio de sementes e terras contaminadas, sendo levadas para outros locais principalmente por água e vento. O patógeno tem a capacidade de sobreviver nos restos culturais e outros materiais orgânicos, uma vez que produzem esporos de resistência, conhecidos como clamidosporos. Além disso, o fungo possui várias raças fisiológicas.
Quando a incidência em cultivares suscetível ocorre em condições ambientais favoráveis (temperaturas de 25 a 32° C e umidade alta) as perdas são significativas. As perdas podem ser ainda maiores caso ocorra em solos: infestados por nematóides, arenosos, baixo pH, baixa fertilidade ou desequilíbrio de nutrientes.
Sintomas
Sabe-se que os sintomas da doença podem ocorrer em qualquer estádio de desenvolvimento da planta, mas os sintomas mais comuns são encontrados no estádio de florescimento e/ou de frutificação.
As plantas infectadas apresentam murcha das folhas superiores, podendo ser mais notável nas horas mais quentes do dia. As folhas mais velhas apresentam-se amareladas, e na maioria dos casos a murcha ou amarelecimento pode ser observado em apenas um lado da planta ou da folha (figura 1). Além disso, os frutos não se desenvolvem devido ao amadurecimento precoce, deixando os frutos menores e consequentemente limitando a produção. Ao cortar o caule mais próximo às raízes (região do colmo) é possível observar a necrose do sistema vascular da planta (figura 2).
Figura 1- Murcha e amarelecimento das folhas mais velhas do tomateiro.
Figura 2- Necrose no sistema vascular do tomateiro causado pela fusariose.
Controle
Sabe-se que a melhor forma de controlar a doença é por meio do emprego de variedades resistentes, sendo para o tomateiro estaqueado os tipos Ângela, Santa Clara, Débora, Cláudia, Jumbo Ag-592 e Concorde Ag-594, todos resistentes à raça 1. Os híbridos e as variedades do tipo Caqui são resistentes a pelo menos à raça 1, e dentre estes se encontram: Carmen, Agora, Floradel e Momotaro. Já o tomateiro rasteiro para indústria todos os híbridos são resistentes a no mínimo a raça 1, e resistentes a raça 1 e 2 se encontram: Rio Grande, Duke, MH-1, Baron e dentre outros.
Além do plantio de variedades resistentes, algumas medidas devem ser tomadas em conjunto para melhor controle da doença. São elas: adotar o sistema de rotação de culturas; realizar o tratamento de sementes e realizar o plantio em áreas descontaminadas. Dessa forma, além de obter um melhor sucesso no controle da doença o custo será menor, aumento assim a rentabilidade da cultura.
2 Comments
O que usar no controle da furariose?
Bom dia.A murcha do tomateiro pode ocorrer em pés que ainda não floriram? Tenho dúvida já que ocorreu em duas variedades resistentes Cáqui e Rasteiro Rio Grande mas somente em alguns pés levando três dias para atingir o pé todo. Muita chuva e pouca drenagem podem ter ocasionado o problema?