Cristiane Andrade Pinto
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
O controle biológico de doenças de plantas tem sido uma alternativa promissora para a diminuição na utilização de agrotóxicos. O controle biológico visa manter o ecossistema em equilíbrio, a partir de determinadas práticas, proporcionando ao hospedeiro em presença do patógeno não sofrer danos significativos, devido à ação benéfica dos organismos não patogênicos do mesmo sistema, que atuam controlando tais fitopatógenos; por isso é denominado como “controle de um microrganismo por outro microrganismo”, reduzindo a densidade do inóculo ou dos processos decorrentes da doença provocada por um determinado patógeno.
Os princípios dos mecanismos de controle biológico baseiam-se em relações antagônicas, tais como: competições, predação (figura1), amensalismo, parasitismo, resistência induzida, o pela produção de metabólitos que inibem o desenvolvimento do outro. Por não ser poluente e não provocar desequilíbrios biológicos, o controle biológico é duradouro e aproveita o potencial biótico do agrossistema, além de não ser tóxico para o homem e animais. Inclui práticas culturais, criando assim um ambiente favorável aos antagonistas e a resistência da planta hospedeira, aproveitando o controle biológico natural ou a partir da introdução de um agente de controle biológico ao sistema produtivo.
Figura 1: joaninha predando pulgão
Uma eficiente estratégia para aumentar o potencial do controle biológico de doenças é o uso combinado de diferentes microrganismos para promover a ampliação do espectro de ação sobre diferentes patógenos e estabilizar o efeito controlados sob diferentes condições de cultivo de ambiente. Por isso o controle biológico tem se apresentado como alternativa no manejo de diversos fitopatógenos, por minimizar o dano ambiental e ser mais vantajoso economicamente, comparado aos métodos dos químicos convencionais. Os microrganismos de controle biológico também podem ser utilizados no manejo integrado juntamente com fungicidas, proporcionando bons resultados.
Além dos insetos no controle biológico podemos contar com as bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) são residentes epifíticas ou endolíticas, não patogênicas, que atuam diretamente promovendo o crescimento ou indiretamente como agentes biológico de doenças de plantas.
Os efeitos benéficos das BPCP podem ser observados em plantas, principalmente pelo aumento de área foliar, altura da planta, diâmetro de caule, número de folhas e matéria seca, redução o tempo de aclimatização, maior sobrevivência das mudas, raízes mais numerosas e mais estabelecidas e aumento e qualidade da produtividade (figura 2).
Figura 2: Comparativo planta onde não foi usado bactérias promotoras de crescimentos e onde foi usado
As BPCP endolíticas têm grande potencialidade e praticidade de uso. Essas bactérias podem ser utilizadas para tratamento de sementes, explantes e mudas micropopagadas, incorporadas ao substrato de plantio, tratamento de estacas, tubérculos e raízes, pulverização na parte área incluindo folhagem e frutos, e me pós-colheita. As BPCP atuam promovendo diretamente o crescimento pela produção de ácido cianídrico, fitohormônions, enzimas como ACC-deaminase, mineralização de nutrientes, solubilização de fosfato, fixação do nitrogênio e aumento da absorção pelas rizes, entre outros.
A promoção de crescimento é considerada indireta quando a planta está sendo infectada por um patógeno e as BPCP atuam como agentes de controle biológico pela produção de ácido cianídrico, bacteriocinas e antibióticos, competição por espaço, Fe³ e outros nutrientes, parasistismo, indução de resistência e produção cruzada.
Assim como as bactérias, os fungos também se destacam como agentes potenciais no controle biológico e na promoção de crescimento em plantas. A promoção de crescimento ocasionada por fungos ainda é pouco esclarecida. Alguns estudos sobre microrganismos do solo relatam que, no solo, macro e micronutrientes sofrem um equilíbrio dinâmico complexo de solubilização e insolubilização fortemente influenciado pelo pH e pela microflora, que afeta a acessibilidade desses para serem absorvidos pelas raízes das plantas. O ferro e o manganês foram estudados quanto à solubilização pela microflora do solo e a sua disponibilidade e a influência às doenças e plantas.