Lucas Machado – Universidade Federal de Lavras – 3rlab
Diabrotica speciosa é uma praga polífaga, os adultos atacam a parte área de diversas culturas como: feijão, soja, milho, girassol e hortaliças causando desfolha, sendo também transmissora de viroses para as plantas.
Entre as principais pragas subterrâneas da cultura do milho, a larva da Diabrotica speciosa tem se destacado, conhecida como larva alfinete. O prejuízo causado por essa praga tem sido maior em solos ricos em matéria orgânica e que retém boa umidade, essas são características que favorecem o desenvolvimento da larva. As larvas se alimentam das raízes das plantas (figura 1), diminuindo assim a capacidade de absorverem água e nutrientes do solo, consequentemente reduz a produtividade do cultivo e ocasiona até mesmo o acamamento, tombamento das plantas.
O adulto apresenta coloração esverdeada, três manchas amarelas em cada élitro, tíbias e tarsos negros, sendo conhecida popularmente como “vaquinha”, “patriota” ou “brasileirinha” (figura 2).
A oviposição dessa praga ocorre na base da planta, próximo à raiz. Dos ovos nascem as larvas que são consideradas problemáticas para as culturas, apesar da fase adulta se alimentarem das folhas. As larvas apresentam pouca mobilidade no solo, atacam o sistema radicular, causam sintomas semelhantes a deficiência de nutrientes e desenvolvem o colmo em forma curvada em formato de “pescoço de ganso” (figura 3).
Para um controle químico eficiente da larva, é interessante que o inseticida persista no solo por pelo menos dez semanas, para assim proteger a planta no período mais susceptível à praga. Em virtude disso, o tratamento de sementes não tem sido um método eficaz. Pulverização no sulco de plantio e a utilização de inseticidas granulados são alternativas mais eficazes. Plantas que apresentam certa resistência natural, na grande maioria das vezes apresentam também um sistema radicular mais bem desenvolvido ou que emitem novas raízes. Um método de controle viável para pequenas propriedades é o chamado “cultura armadilha”, que consiste em plantar antecipadamente algumas linhas de culturas como girassol, feijão e abóbora no entorno do milho, visando atrair os adultos mantendo os insetos fora da lavoura, possibilitando realizar o controle químico apenas nessa área de “armadilha”.
A ocorrência dessa praga tem sido maior em solos com maior teor de matéria orgânica e umidade, solos escuros. Tem-se observado uma maior ocorrência dessa praga em solos de cultivo convencional do que em sistemas de plantio direto, porém esse é um fato que precisa de estudos mais aprofundados.