Lucas Machado
Universidade Federal de Lavras – 3rlab.
O sorgo é uma cultura de grande importância para a agropecuária brasileira, sendo fonte de alimento para os animais, em forma de grão ou como forragem (figura 1). Assim como várias outras culturas, o sorgo é suscetível a um grande número de doenças que podem prejudicar a produção drasticamente. Dentre as doenças que afetam de forma expressiva a cultura, podemos citar a doença açucarada, ergot ou mela da panícula. Observada pela primeira vez em 1995, essa doença está presente em todas as regiões do país, sendo um problema na produção de sorgo.
O agente causal dessa doença é o fungo Sphacelia sorghi, que infecta apenas o ovário não fertilizado. Durante a antese (abertura do botão floral) os fatores climáticos e biológicos que afetam o vigor e a produção do pólen pode favorecer o fungo a desenvolver a doença na planta.
De três a cinco dias após a infecção, é possível notar os primeiros sintomas da doença. O fungo causa ao ovário infectado uma mudança da coloração, apresentando-se cinza enrugado, diferentemente da coloração verde escuro e arredondado de um ovário sadio. Na parte externa, os sintomas se tornam mais claros entre o quinto e decimo dia após a infecção, quando exsudam dos ovários infectados, gotas de coloração rosa, pegajosa e adocicada. Dependendo das condições climáticas, essas gotas podem se transformar em uma crosta dura e esbranquiçada, ou em uma massa negra (figura 2).
As condições consideradas ideais para a disseminação da doença são: temperatura de 13ºC a 18ºC e umidade do ar entre 75% e 85%. A fonte de inoculação primaria da doença pode ocorrer através dos conídios oriundos de hospedeiros secundários, restos de cultura, panículas infectadas ou plantas remanescentes. A disseminação secundária da doença é caracterizada pela transferência de conídios de uma flor a outra de uma mesma panícula ou pelo vento, pragas e chuva.
A redução da taxa de polinização e na viabilidade do pólen aumenta as chances de ocorrência da doença, visto que a ocorrência da polinização em condições climáticas normais é um fator importante na relação com epidemia da doença. Assim, o estresse devido ao frio é o fator climático mais importante na predisposição do sorgo a doença.
As medidas de controle que devem ser adotadas para prevenir, minimizar ou controlar a doença são: utilizar cultivares tolerantes a baixas temperaturas e específicas para a determinada região, realizar o plantio na época adequada, eliminar as plantas hospedeiras e remanescentes, programar do plantio para que ocorra sincronização entre as linhagens macho e fêmea, garantindo rápida fertilização e utilizar de fungicidas registrados, visando proteção.