Giane Lima Nepomuceno
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
A carne mais consumida no mundo é a carne suína. A carne suína é uma proteína animal preferencialmente escolhida pelo consumidor por sua suculência, sabor e por ser uma carne saudável. O Brasil é o quarto produtor mundial de carne suína enquanto em primeiro lugar temos a China. Mais de 80% na nossa produção atende ao mercado interno e 89% da carne suína produzida é industrializada, apenas 11% vendida in natura (figura 1).
Figura 1 – Carne suína in natura.
Um dos obstáculos para aumentar a produção de carne suína era, o modo de criação que o “porco” era submetido nada comparado com as criações atuais. O porco era criado em lamas sem sanidade, solto aos redores de casas e fazendas, comendo tudo que encontrava. Sua finalidade principal era ganho de peso para produção de banha, para ser usado como óleo para preparação e conservação dos alimentos.
Para conseguir a extração da banha o ideal era animais com 300 quilos. Atualmente os suínos pesam em média 110 quilos. Sua gordura teve uma redução em até 80%, com objetivo de uma carne saudável e de qualidade.
Existem vários conceitos sobre a carne suína, atualmente o investimento em genética, nutrição e várias tecnologias na criação de suínos é alto. Com isso, obtemos um produto com menor teor de gordura, colesterol e calorias. Através de grandes avanços obtidos pela suinocultura moderna, temos um alimento que atende todas as exigências, com diminuição de forma progressiva de gordura e colesterol na carne.
Atualmente, 70% da gordura do suíno está situada abaixo da pele (toucinho) e apenas 30% no restante do corpo entre os músculos. A gordura do suíno pode ser encontrada em uma camada bem definida, e assim, fica fácil removê-la, diminuindo mais ainda os teores de gordura.
Mitos sem embasamento científico são bastante comentados, como o fato da carne suína ser de difícil digestão. O processo de digestão é semelhante ao de outras carnes, todas possuem proteínas e gorduras. Com exceção da carne de peixe, que é digerida mais rápida. A carne suína também não causa mais alergias do que outros alimentos. Inclusive, a carne suína encontra-se fora do ranking dos principais alergênicos. Ficando claro que, ocorrem excessos sem argumentos científicos. Para completar, a carne suína apesar de ter menos mioglobina é considerada uma carne vermelha.
É importante ressaltar, que na produção de suínos no Brasil não são utilizados hormônios. Quando existe a utilização de algum antibiótico na produção ou outras drogas que apresentem a possibilidade de depositar resíduos nas carcaças, os animais são submetidos a um período de retirada destes produtos antes do abate. O período de retirada varia com o tempo necessário para eliminação dos resíduos do organismo animal, o qual é específico para cada droga. Esta afirmação vale tanto para as drogas utilizadas com fins terapêuticos e profiláticos como para os promotores de crescimento utilizados nas dietas com o fim de promover melhor desempenho zootécnico.
Portanto são muitos os mitos que envolvem a carne suína, mas atualmente todos desmistificados. A suinocultura moderna atende às novas demandas do mercado e busca satisfazer todos os consumidores, produzindo produtos saudáveis e diferenciados com qualidade. Pesquisas comprovam que a carne suína produzida hoje no Brasil tem 54% a menos de gordura do que a carne de porco de alguns anos atrás. E seu teor de colesterol não é mais elevado que a maior parte das outras carnes (bovina e frango, por exemplo), pois em comparação às outras carnes o lombo suíno, por exemplo, é mais magro que a carne de coxas de frango, e tão magra quanto a do peito de frango. Sendo assim, a carne de suíno magra, como o lombo, tem 34% menos colesterol do que um frango sem pele.