Silagem de planta inteira de milho
Cecília Donata Silva de Oliveira
De acordo com o artigo anterior, onde foi abordado sobre aspectos que envolvem o momento da colheita e ensilagem da planta inteira de milho. Neste periódico iremos destacar os principais pontos que devemos estar atentos durante o enchimento, compactação e vedação do silo, bem como aspectos relacionados a abertura do silo e taxa de retirada.
Os erros cometidos durante o processo de ensilagem como colheita tardia ou precoce, má vedação dos silos, tamanho de partícula, processamento de grãos, entre outros, desencadeiam efeitos negativos no desempenho dos animais e podem dificultar o manejo alimentar.
- Enchimento, compactação e vedação do silo, a retirada do ar existente entre as partículas da forragem, garante a condição de anaerobiose. Deseja-se que a anaerobiose ocorra o mais rápido possível. Enquanto houver ar entre as partículas, ocorre a respiração da planta e de microrganismos aeróbicos, o processo de respiração afeta negativamente a qualidade da silagem pois resulta em perdas de matéria seca e de energia, além de restringir a quantidade de carboidratos solúveis disponíveis para bactérias produtoras de ácido lático. A maturidade da planta e tamanho da partícula impactam no processo de compactação.
- O fechamento do silo ocorre com a vedação, para esta etapa um material plástico é recomendado. O plástico utilizado deve ser de qualidade, evitando que ocorra perdas na camada superior, a permeabilidade de oxigênio pelas lonas indica perda de matéria seca da silagem.
Pesquisas compararam dois tipos de lona, preta e dupla face. A lona de coloração preta apresentou maior permeabilidade ao oxigênio, pois absorve mais calor em relação a lona dupla face. Os poros da lona preta se dilatam e a maior quantidade de oxigênio pode entrar no silo. A lona dupla face, apresenta uma camada de plástico branca, que reflete parte da luz solar, amenizando o aquecimento e consequentemente menor entrada de oxigênio.
- Abertura do silo e taxa de retirada, a maneira como é realizada a retirada da silagem, influência no aquecimento e deterioração da área do silo exposta. Autores recomendam que a silagem seja retirada em corte transversal, de cima para baixo. Para reduzir perdas, há orientações de utilizar pedaço superior a 20 cm, devido ao menor tempo de exposição ao ar. Em climas quentes pode ser necessário retirar uma fatia superior a 45 cm de espessura. O corte correto impede o desenvolvimento de fungos e leveduras.
A silagem de milho é vulnerável a sofrer variação em sua qualidade e composição bromatológica. Visto que a alimentação representa o maior custo de produção, receber periodicamente informação adequada sobre a composição química dos alimentos torna-se fundamental, já que é a forma que os animais absorvem os nutrientes necessários para funções vitais e produtivas. As práticas de ensilagem devem ser acompanhadas por um profissional competente, bem como avaliação da frequência em que é realizada a avaliação da composição bromatológica da silagem de milho, após abertura do silo.
Referências:
SANTOS, ANDRÉIA DE OLIVEIRA DOS. CARACTERIZAÇÃO DE SILAGENS DE MILHO PRODUZIDAS EM MINAS GERAIS E CARACTERIZAÇÃO METABÓLICA E GENOTÍPICA DE BACTÉRIAS DO ÁCIDO LÁTICO ISOLADAS DESSAS SILAGENS / ANDRÉIA DE OLIVEIRA DOS SANTOS. – Lavras: UFLA, 2016. 136 p.
SALAZAR, D., R. VARIAÇÃO GENÉTICA DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E DIGESTIBILIDADE DO COLMO DE GENÓTIPOS DE MILHO COLHIDOS EM TRÊS ESTÁGIOS DE MATURIDADE. 2009. 67 F. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2009.