Cecília Donata Silva de Oliveira
Imagem de Peggy Choucair por Pixabay
O ambiente e produtividade
A velocidade de desenvolvimento da suinocultura tem contribuído para elevar a produtividade dos animais. No Brasil é comum ocorrer altas temperaturas e umidade, afetando o conforto térmico dos animais no interior das instalações.
Considerando que avanços em manejo, sanidade, nutrição e genética poderia estar sendo limitado devido ao ambiente, é constante a busca por técnicas de manejo que minimizem o estresse térmico, garanta bem-estar e máxima produtividade dos suínos.
O que é zona de conforto térmico?
Os suínos assim como aves e bovinos, são animais homeotérmicos, ou seja, eles mantêm a sua temperatura corporal constante dentro de uma estreita faixa de variação. Portanto, altas e baixas temperaturas podem prejudicar o desempenho dos animais, pois temperaturas extremas leva a ativação de mecanismos no organismo na tentativa de manutenção da temperatura corporal, assegurando o equilíbrio térmico entre animal e meio.
Linhagens de suínos mais especializadas em produção de carne magra, em sua maioria são provenientes de regiões de clima temperado, o que faz com que as mesmas sofram com altas temperaturas e umidades, reduzindo o bem-estar animal e fazendo com que o animal não atinja o seu máximo desempenho.
Para avaliar quais medidas serão efetivas para minimizar o efeito do ambiente na produção de suínos, é importante compreender sobre termos como “Zona de conforto térmico” que mínimo trabalho de mecanismos termorreguladores, onde há baixa percepção de frio ou calor.
Outra implicação da homeotermia é que no frio o organismo do animal necessita de disponibilidade de alimento que atuará para combustível do corpo auxiliando na produção de calor, já no calor a água auxilia no resfriamento do corpo através de evaporação.
Nutrição e clima na suinocultura
O consumo de alimentos é influenciado diretamente pelo ambiente térmico em que os animais estão inseridos, ao estarem em um ambiente com temperaturas elevadas, seu organismo ativa funções visando reduzir a produção de calor gerado, quanto mais calor produzido pelo organismo eleva-se a dificuldade de dissipar o calor em excesso para o ambiente. Uma das medidas adotadas pelos animais é reduzir o consumo de alimentos.
Tabela 1 – Efeito da temperatura sobre o consumo de ração de suíno. Temperatura ambiente Redução no consumo (%) Adaptado de Dourmand e Noblet (1998).
Aplicar modificações nas instalações em suinocultura, como implementar um sistema de resfriamento, bem como orientação correta do galpão, auxiliam na manutenção da temperatura em uma faixa que maximize o desempenho dos animais.
Aliado a tais modificações, a adoção da nutrição de precisão com ingredientes que irão compor a dieta que minimizem a produção de calor metabólico pode ser uma estratégia utilizada em períodos quentes do ano. Torna-se comum a utilização de aminoácidos sintéticos e óleos uma vez que possuem baixo incremento calórico resultando em baixa produção de calor metabólico.
Para o uso de tais ferramentas, torna-se necessário compreender sobre a composição química do alimento e como os demais ingredientes irão interagir entre si, realizando assim o ajuste fino da dieta e que este atenda exatamente as exigências nutricionais de determinado lote de animais.
Tabela 2 – Ganho de peso médio diário (g/dia) de suinocultura em terminação alimentados com dietas contendo níveis crescentes de óleos e dois níveis de proteína, mantidos no ambiente de termoneutralidade e calor.
Conclui-se por fim, que estratégias devem ser tomadas na escolha dos ingredientes da dieta em períodos de frio e calor, a depender de determinadas regiões do Brasil. Evidenciando assim a importância de conhecer a composição bromatológica dos alimentos e como a dieta pode impactar diretamente no consumo e desempenho dos animais.
Referências:
RONY ANTONIO FERREIRA. MAIOR PRODUÇÃO COM MELHOR AMBIENTE PARA AVES, SUÍNOS E BOVINOS – A importância da bioclimatologia animal para amenizar os efeitos do clima e melhorar o bem-estar dos animais. Editora Aprenda Fácil 3° Edição Viçosa – MG 2016 suinocultura