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A cana-de-açúcar é uma cultura que acompanha a história do Brasil, e o açúcar é um dos principais produtos comercializados desde o período colonial. Foi no ano de 1532 que a cana chegou ao Brasil na chamada Capitania de São Vicente (região que atualmente é compreendida pelos municípios de Bertioga (SP), Cananéia/Ilha do Mel (PR), Macaé (RJ) a Caraguatatuba (SP). Em 1535 se plantou pela primeira vez na região Nordeste, na região conhecida como Capitania de Pernambuco. Em 1580 o Brasil já se destacava no cenário mundial de produção de cana-de-açúcar. A região nordeste foi a maior produtora por mais de 3 séculos. Em 1950, o estado de SP assumiu o protagonismo da produção, e isso se deve muito pelo investimento em pesquisas na região, além da inclusão do álcool, como um importante produto da cadeia canavieira, já que no estado estava o maior mercado consumidor.
Em 1970 uma forte crise petrolífera fez com que o Brasil buscasse uma fonte energética alternativa para atender as demandas de exportação. Em 1975 surgiu então o Proálcool (Programa Nacional do Álcool), uma parceria entre o governo e o setor privado que incentivou a produção de álcool combustível, o que causou uma forte expansão do cultivo de cana.
A partir da década de 70, no mundo todo foi progressivo o aumento da demanda por biocombustíveis. Isto está atrelado a três fatores: necessidade de suprir de energia, mitigar a emissão de gases de efeito estufa e adaptar o setor energético frente ao contexto de adversidades climáticas.
Durante essas cinco décadas de expansão do setor sucroenergético, três crises foram marcantes. A primeira ocorreu entre os anos de 1986/1987, ocasionadas pela seca que levou a uma quebra na safra da região Centro-Sul. Concomitante á isso, ocorreu uma diminuição de investimentos dentro do Proálcool. As outras duas fases de declínio na produção da cana-de-açúcar foram nos períodos de 2004 a 2008 e 2015 a 2017. Essas crises foram impulsionadas por questões políticas, como a dependência do estado para definição dos preços da gasolina e questões agrícolas como impactos das intempéries climáticas.
Mesmo com as crises enfrentadas pelo setor, o Brasil se manteve como o maior produtor de cana-de-açúcar a nível global. Dados da FAO de 2019 mostraram que no ano de 2018 o número de colmos colhidos no Brasil representou 40% do volume da colheita mundial. Além do protagonismo na produção de combustível, a produção de cana também é responsável pela geração de produtos muito importantes na economia. Dentre eles podemos destacar: açúcar, cachaça, vinhaça, torta de filtro e cinzas que são usadas para fertilização no campo.
REFERÊNCIAS:
Dinâmica na cultura da cana-de-açúcar no Brasil: 1990 a 2018 / Danilo Francisco Trovo Garofalo … [et al.]. – Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2020. PDF (41p.) : il. color. – (Documentos / Embrapa Meio Ambiente, 1516-4691; 124).Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1125169/dinamica-na-cultura-da-cana-de-acucar-no-brasil-1990-a-2018. Acesso em 06 de abril de 2021.