Autor: Otávio Canestri de Souza Andrade
ANÁLISE DO SOLO
Responsável por proporcionar ao produtor melhores tomadas de decisões e manejos, as análises de solos são peças fundamentais e indispensáveis para que se consiga atingir sucesso produtivo em uma lavoura. Podemos dividir uma análise de solo em dois grandes processos, conhecidos popularmente como: análise química e análise física. As análises químicas, são aquelas em que, basicamente, se analisam os macros e micronutrientes disponíveis e também algumas propriedades presentes no solo, como % de matéria orgânica, saturação por bases, pH entre outros. Por outro lado, temos a análise física, também chamada de análise textural. Essa, por sua vez, é responsável por analisar a composição granulométrica do solo, permitindo que ele seja classificado. Em outras palavras, essa análise possuí o papel de identificar e descrever o solo de acordo com o tamanho de suas partículas, sendo elas a areia, o silte e a argila.
Pelo fato de ser uma análise simples e que pode apresentar poucas variações no resultado de um ano para o outro, as análises físicas acabam sendo deixadas de lado ou ignoradas por alguns produtores, que preferem realizar somente as análises químicas. No entanto, engana-se quem acredita que não seja importante analisar e compreender a textura de seu solo, pois esse é um fator primordial para entender os processos pedogênicos e
comportamentais que ocorrem nele. Além, claro, de possibilitar a sua classificação taxonômica e analisar também a influência da composição granulométrica no regime hídrico e térmico do solo. Podemos afirmar que: análise química e física são complementares e a realização de uma não substitui a outra.
A realização da análise textural, assim como mencionada anteriormente, se mostra muito importante para avaliar a física do solo e determinar possíveis manejos específicos para cada área. Sua realização, consiste na separação das frações do solo pelo tamanho das partículas que são encontradas nos agregados. De acordo com os critérios adotados pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), as partículas com diâmetro entre 2 a 0,05 mm são consideradas como areia, podendo ser subdividida em areia grossa (2 a 0,2 mm) e areia fina (0,2 a 0,05 mm), o silte é dado por diâmetros menores que 0,05 mm até 0,002 mm, sendo que abaixo deste nível é considerado a fração argila.
Veja a seguir uma tabela que representa o tamanho das partículas e suas respectivas classificações de acordo com a SBCS:
Após a análise física ser feita em laboratório, esses diâmetros das partículas são quantificados e o laudo entregue ao produtor apresenta o resultado, na maioria das vezes, em porcentagem, podendo ser encontrado também em dag/kg e g/kg. Através dessa porcentagem, é possível agora realizar a classificação textural do solo, de acordo com os resultados obtidos e a utilização de um triângulo textural, que será mostrado a seguir:
Através desse triângulo textural, é possível comparar os resultados obtidos em sua análise física e encontrar a classificação textural do seu solo. para ser classificado como textura siltosa tem que ter menos que 35% de argila e menos 15% de areia, para a textura média devem ser quantificados mais de 35% de argila e mais de 15% de areia, quando se observa entre 35 a 60% de argila este se encaixa no triângulo na classe argilosa e acima de 60% de argila encaixa- se na parte superior do triângulo recebendo a classificação de textura muito argilosa. Para ser considerado arenoso deve ser quantificado mais de 70% de areia na amostra de solo (areia e/ou areia franca) (OLIVEIRA, J. R.).
Assim como dito anteriormente, a textura do solo está intimamente relacionada com as suas propriedades físicas, principalmente na relação entre macro e microporosidade. Podemos dizer, que os macroporos são aqueles responsáveis pela drenagem de água no solo, enquanto os microporos são aqueles que possuem a capacidade de armazenar a água no solo. Com isso, podemos perceber e compreender que pelo fato dos solos arenoso possuírem maior quantidade de macroporos e menos de microporos, encontra-se um alto nível de drenagem e pouca água armazenada. Já em solos mais argilosos, onde a presença de microporos é maior que a de macroporos, podemos perceber uma grande quantidade de água armazenada e níveis mais baixos de drenagem, quando comparados com os arenosos.
Na tabela a seguir mostraremos algumas outras características do solo que são influenciadas pela textura (tamanho das partículas):
Influência das frações (areia, silte e argila) em algumas propriedades e comportamento do solo
Exceções a estas generalizações ocorrem como resultado da estrutura do solo e mineralogia da argila.
FONTE: Silva (2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos dados e nas informações apresentadas acima, fica evidente a importância e a necessidade de se realizar com frequência análises físicas (texturais) do solo. Sabe-se que o tamanho das partículas possuí relação e influência direta nas propriedades do solo e com isso a escolha de manejo para cada área deverá ser planejada previamente. Além disso, tão importante quanto conhecer os macros e micronutrientes disponíveis no solo, que são observados através das análises químicas, conhecer e classificar os solos de acordo com sua textura é uma prática indispensável a qualquer produtor. O recomendado e mais indicado é que se realize com frequência todas essas análises e que procure um laboratório de qualidade para realizá-las. Conhecer o solo que será trabalhado e suas propriedades é imprescindível para se obter sucesso em uma lavoura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA. J. R. – Aplicação prática da análise textural no campo. Disponível em: http://www.revistaagropecuaria.com.br/2011/09/22/aplicacao-pratica-da-analise-textural-no- campo/ acesso em 15 de Abril de 2020.
QUOOS. – Gerador de Triângulo Textural. Disponível em http://quoos.com.br/index.php/geografia/16-solos acesso em 15 de Abril de 2020.
CAMPOS. G. M. et al. – Textura do solo: importância para análise granulométrica. Disponível em https://editorarealize.com.br/revistas/conidis/trabalhos/TRABALHO_EV074_MD4_SA1_ID633_01102017170224.pdf