Cecília Donata Silva de Oliveira
Impotância da análise na nutrição animal
O conhecimento do valor nutritivo dos alimentos, consiste uma maneira eficiente de identificar o perfil de nutrientes de determinado alimento, dentre as vantagens de se conhecer a composição química dos alimentos, podemos citar:
- Tomada de decisões no manejo nutricional da propriedade para adoção de práticas que visem aumentar a produtividade;
- Ajuste de nutrientes como proteína e energia;
- Uso eficiente das fontes de alimentos disponíveis;
- Permite do cálculo de dietas precisas que maximizem o desempenho animal.
Análise de alimentos e amostragem
As análises bromatológicas realizadas, tem como objetivo quantificar de forma fidedigna os nutrientes dos alimentos analisados. Desta forma o momento da amostragem exerce influência sob o resultado do laudo.
A amostragem é realizada ainda na propriedade. Deve ser levado em contra que a amostra seja o mais representativo do todo possível, visto que o resultado da análise está diretamente correlacionado com a amostra recebida, mediante isto recomenda-se que a amostragem seja realizada de forma homogênea e que seja representativa do alimento que chegará ao cocho dos animais
É importante ressaltar que erros no momento da amostragem, podem acarretar em laudos com resultados superestimados ou subestimados estes por sua vez fogem do controle do laboratório responsável, pois o resultado é referente a amostra recebida. O tipo correto de amostragem varia conforme o alimento, além de uma amostragem bem feita, o alimento deve ser bem armazenado para ser enviado ao laboratório, para que não ocorra perdas durante o transporte.
Amostragem de forrageiras – Pastagens
- Demarcar a área que será analisada;
- Coletar entre 10 a 20 sub-amostras da área a ser amostrada (A coleta de pastagens deve ser realizada na altura em que o animal apanha o bocado, evitando-se que seja coletado raízes). O corte da forrageira pode ser realizado com a mão ou com auxílio de um objeto cortante, ex: tesoura ou faca;
- A coleta das sub-amostras deve ser realizada por toda a área demarcada, afim de se formar uma amostra que represente toda a área de pastejo que os animais irão consumir;
- Após a coleta das sub-amostras, misturar bem, formando uma única amostra;
- Realizar o quarteamento, repartindo a massa em formato de pizza, unido a parte 2 e 3, descartando a parte 1 e 4. Seguir o exemplo a baixo:
Imagem adaptada AGROCEREX MULTIMIX
Link vídeo demostrativo quarteamento
- Repetir o processo. Após unir a parte 2 e 3, obteremos uma nova amostra total, realizar novo quarteamento, unindo a parte 2 e 3, descartando o monte 1 e 4. Pronto, está formada a sua amostra representativa;
- Após formar a amostra, embalar a mesma em saco plástico ou papel filme, com o mínimo possível de ar, evitando a possibilidade de deterioração. Enviar a amostra o mais rápido possível ao laboratório;
- A identificação da amostra também é um passo fundamental, que não deve ser negligenciado. A identificação deve conter a identificação do material, data de coleta e outras informações relevantes.
Amostragem de Silagem
A amostragem deve ser realizada após abertura do silo, quando a fermentação estiver estabilizada. As amostras devem ser coletadas de diversos pontos da frente de corte.
Com o auxílio de um garfo, coletar no mínimo 10 pontos, sendo 3 pontos em cima, 3 pontos no centro e 3 pontos embaixo e 1 ponto aleatório, conforme ilustrado na imagem abaixo:
Link instruções de coleta de silagem de milho
*No momento da coleta deve-se evitar partes que estejam mofadas e que não representem o todo da massa ensilada.
Realizar o quarteamento, repartindo a massa em formato de pizza, unido a parte 2 e 3, descartando a parte 1 e 4. Seguir o exemplo a baixo:
- Repetir o processo. Após unir a parte 2 e 3, obteremos uma nova amostra total, realizar novo quarteamento, unindo a parte 2 e 3, descartando o monte 1 e 4. Pronto, está formada a sua amostra representativa;
- Após formar a amostra, embalar a mesma em saco plástico ou papel filme, com o mínimo possível de ar, evitando a possibilidade de deterioração. Enviar a amostra o mais rápido possível ao laboratório;
- A identificação da amostra também é um passo fundamental, que não deve ser negligenciado. A identificação deve conter a identificação do material, data de coleta e outras informações relevantes.
Amostragem de fenos, pré-secado e palhas
Para uma amostragem efetiva de fardos de fenos, pré-secado e palhas é necessário o uso de um equipamento chamado probe.
- Com o auxílio deste equipamento é possível perfurar o meio dos fardos e obter uma sub amostra, caso não tenha posse deste equipamento é indicado que se abra o fardo e retire uma sub-amostra do centro do fardo;
- O número de sub-amostras, varia conforme o número de fardos. No caso de se possuir entre 1 a 10 fardos é recomendado que seja retirado 1 sub-amostra de cada fardo, para quantidade de fardos superior a 10 fardos, o número mínimo de sub-amostras deve abranger 10 fardos. A amostra deve ser representativa do lote de fardos que será fornecido aos animais;
- Posteriormente deve-se realizar a mistura das sub-amostras;
- Realizar o quarteamento, repartindo a massa em formato de pizza, unido a parte 2 e 3, descartando a parte 1 e 4. Seguir o exemplo a baixo:
- Repetir o processo. Após unir a parte 2 e 3, obteremos uma nova amostra total, realizar novo quarteamento, unindo a parte 2 e 3, descartando o monte 1 e 4. Pronto, está formada a sua amostra representativa;
- Após formar a amostra, embalar a mesma em saco plástico ou papel filme, com o mínimo possível de ar, evitando a possibilidade de deterioração. Enviar a amostra o mais rápido possível ao laboratório;
- A identificação da amostra também é um passo fundamental, que não deve ser negligenciado. A identificação deve conter a identificação do material, data de coleta e outras informações relevantes.
Amostragem de grãos, farelos, misturas comerciais e rações.
- Estes tipos de produtos geralmente são armazenados a granel ou ensacados, a forma de armazenamento influência durante o processo de amostragem.
- A granel: Recomenda-se 6 amostras de 100g para cada tonelada de alimento;
- A amostragem de sacos: deve ser realizada na diagonal, visto que diferentes densidades podem resultar em segregação das partículas. A coleta pode ser realizada com o auxílio de uma probe, partindo do princípio de amostragem de no mínimo 10 sacos;
- Após a coleta das sub-amostras realizar a mistura, quarteamento, embalagem e identificação.
Fatores que asseguram uma amostragem representativa.
- Conforme discorremos acima, sobre os principais alimentos e diferentes modelos de amostragem, outros fatores como período de transporte, modelo de embalagem, quantidade de amostra entre outros, podem afetar a integridade da amostra que será enviada ao laboratório. Para reduzir a possibilidade de perdas medidas podem ser adotadas, durante o preparo da amostra para assegurar a qualidade durante o envio, são elas:
- Evitar o envio de amostras congeladas, partindo do princípio que provavelmente a amostra descongelará durante o transporte. A água proveniente do descongelamento pode favorecer o crescimento de microorganismos na amostra que irá consumir os nutrientes do alimento, podendo subestimar o laudo;
- Realizar uma pré-secagem do material antes do envio para o laboratório: pode ser uma medida essencial para evitar que haja deterioração por microorganismos. A pré-secagem pode ser realizada com o auxílio de um Koster, secador ou forno micro-ondas (Para pré, secagem em forno micro-ondas, recomenda-se utilizar a potência miníma e monitorar a cada 10 segundos, homogenizando a amostra para que todas as partes sejam secas uniformemente. Durante este processo, ir monitorando o peso da amostra realizar o procedimento até o peso se manter constante);
- Embalar o material em papel filme, retirar o máximo de ar possível, ou em embalagem a vácuo;
- Para amostras de fezes, procurar realizar a coleta diretamente do reto do animal, ou realizar a coleta de material no chão, assegurando que a porção coletada não esteja contaminada com resquícios de solos.
Vídeo procedimento coleta de fezes
- Para a coleta de fezes, é recomendado que a amostra seja pré-secada antes do envio para o laboratório, visando assegurar que não ocorra perdas nutrientes como amido fecal.
- No caso de deterioração das amostras, que podem ocorrer no momento do envio caso haja a presença de ar e água, podem ternar a amostra enviável.
- Amostras que não foram submetidas a nenhum processo de preparo como a pré-secagem antes de serem remetidas ao laboratório responsável podem resultar em perdas de matéria seca durante o transporte.
- É necessário que seja enviada uma quantidade mínima de 400g, para o laboratório responsável. Assegurando uma quantidade adequada para realizar as análises necessárias.
Checklist para um laudo laboratorial seguro
FATORES QUE INFLUENCIAM NA INTEGRIDADE DA ANÁLISE LABORATORIAL
- Assegurar que a amostra obtida seja representativa do todo;
- Realizar a pré-secagem da amostra;
- Retirar o máximo de ar possível dentro da embalagem;
- Evitar o envio de amostras congeladas;
- Envio de no mínimo 400g de amostra;
- Identificação da amostra.
Referências
Imagem de 445693 por Pixabay.
https://br.freepik.com/fotos-premium/massa-verde-de-silagem-de-milho-durante-a-colocacao-na cava_10196360.htm#page=1&query=silagem&position=0.
THIAGO BERNARDES. MILKPOINT – AMOSTRANDO FARDOS DE FENO E PRÉ SECADO.
Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/colunas/thiago-fernandes-bernardes/amostrando fardos-de-feno-e-presecado-105524n.aspx
Genro. Teresa Cristina M.; Orqis Mariane G. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE COLETA DE AMOSTRAS E PRINCIPAIS ANÁLISES QUÍMICOBROMATOLÓGICAS DE ALIMENTOS DESTINADOS À PRODUÇÃO DE RUMINANTES. Embrapa Pecuária Sul Bagé, RS 2008.