Giane Lima Nepomuceno
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
A produção industrial de aves e suínos mostrou grandes avanços ao decorrer dos anos, principalmente devido ao aumento dos conhecimentos na área de genética e de nutrição. Na área de avaliação dos alimentos e das exigências nutricionais de animais monogástricos, as melhoras, devido à importância com que os profissionais encaram a responsabilidade de fazer pesquisa de qualidade dentro e fora do país.
A lisina é considerada um aminoácido fisiologicamente essencial para manutenção, crescimento e produção de suínos e aves e tem como principal função a síntese de proteína muscular, considerada essencial, pois é sintetizada pelo organismo em pequenas quantidades, que não atendem à necessidade do animal, torna-se necessária a ingestão de proteína intacta do alimento ou de fontes sintéticas como a L-lisina HCl (figura 1).
Figura 1: Custo relativo na utilização de L-Lisina HCL na dieta.
As dietas ricas em carboidratos, como o milho, sorgo, trigo, triticale, milheto, farelo de arroz e outros são deficientes em lisina (0,20 a 0,40% na matéria natural) e representam o ingrediente de maior abrangência na dieta de suínos e aves. O farelo de soja, que representa a fonte proteica mais utilizada nestas dietas, possui níveis de lisina altos, 2,6 a 3,0%.
Segundo autores o desequilíbrio nutricional de uma ração pode ocasionar prejuízos ao desempenho dos animais. O desbalanço de aminoácidos resulta em vários problemas sendo um deles a relação existente entre aminoácidos antagônicos, como lisina e arginina. O antagonismo entre aminoácidos é uma interação que envolve os aminoácidos estruturalmente semelhantes, sendo que o excesso de um eleva a exigência do outro.
Durante muitos anos, as dietas animais foram formuladas utilizando o conceito de proteína bruta. Com o aumento da disponibilidade dos aminoácidos sintéticos no mercado e por necessidades econômicas e ambientais, os nutricionistas têm procurado formular as rações de acordo com as exigências nutricionais dos animais, considerando aminoácidos limitantes específicos. Atualmente autores recomendam formular rações a partir do conceito de proteína ideal (tabela 1), definido pelo balanço, teoricamente exato, de aminoácidos para o atendimento das necessidades de aves e suínos, sem excessos ou deficiências, e com desvios mínimos dos aminoácidos essenciais para produção de energia, síntese de aminoácidos não essenciais e catabolismo, melhorando o custo-benefício com a formulação de rações e diminuindo a poluição ambiental com o nitrogênio excretado. Com isso, um aminoácido é utilizado como referência (lisina), e a relação entre os aminoácidos são determinadas dividindo o valor de exigência encontrada para os diferentes aminoácidos pelo valor de exigência de lisina.
Tabela 1: Impacto na utilização de aminoácidos industriais sobre a formulação de ração comercial para frango de corte machos dos 22 aos 33 dias de idade.
Rostagno (2000) apud Fontes et al. (2005), recomenda níveis de 1,06 e 1,28% como exigência de lisina para suínos de médio e alto potencial genético para deposição de carne magra, dos 15 aos 30 kg, respectivamente. O NRC (1998) informou a exigência de lisina para suínos de 50 a 80 e 80 a 120 kg como sendo de 0,75 e 0,60%, respectivamente (MOREIRA et al., 2002) .
Para frangos de corte, a exigência de lisina (1,1%) para aves de 0 a 3 semanas de idade sugerida pelo NRC (1994) é adequado para obter o máximo crescimento e bom consumo alimentar, mas o nível de 1,07% de lisina digestível (1,17% total) é exigido para maximizar a conversão alimentar (KNOWLES et al., 1997 apud ROCHA, 2001). Rostagno (1998) apud Rocha (2001), estimaram uma exigência média de 1,198% de lisina para a fase de 1 a 21 dias de idade, Mack et al. (1999) apud Rocha (2001) afirmam que de 20 a 40 dias foi de 1,22% para lisina total (1,15% de lisina digestível).
Pesquisadores afirmam que a utilização de aminoácidos na dieta com relação ao ganho de peso e conversão alimentar em suínos e aves apresentam resultados positivos, afirmando também melhoras na qualidade dos ovos de poedeiras alimentadas com a adição de lisina na dieta.