Diovana M. Santos
Universidade Federal de Lavras-3rlab
A produtividade dos suínos tem evoluído cada vez mais, e a nutrição é uma ferramenta fundamental nessa evolução. No crescimento e na engorda, os animais podem receber diferentes tipos de tratamentos e em diferentes sistemas: podem consumir farelos e rações trituradas, entre outros formatos de rações balanceadas e ainda podemos optar pela dieta seca ou úmida e, por fim escolher entre os sistemas de alimentação restrito, misto ou com fornecimento de alimentos à vontade.
Como a nutrição dos animais é verificada periodicamente, o aumento de gordura na carcaça, provocada por alguns tipos de nutrição, pode trazer problemas na comercialização e no consumo desse produto. Dados de estudos mostram que o fornecimento de ração úmida comparada à seca pode comprometer o aumento de gordura na carcaça, mas é necessário o estudo do custo/benefício da técnica e no geral reconhecer as vantagens desse tipo de dieta.
Em geral os animais preferem as dietas úmidas ou líquidas por serem mais fáceis de consumir, mesmo em dietas de baixo valor nutritivo. Também é certo que o fornecimento de ração úmida à vontade, para suínos em crescimento e terminação, aumenta o ganho de peso e o consumo de ração, e observa-se que suínos com maiores taxas de crescimento apresentam maior deposição de gordura e vice-versa. Então esse quadro pode levar à diminuição do preço final do produto pelo aumento da gordura na carcaça.
Na alimentação úmida são utilizados ingredientes como o milho colhido e triturado em estágio ainda úmido-geralmente ensilado (figura 1), a silagem de grãos de cereais de inverno, a massa ou a polpa de batata descarte ou os resíduos da indústria de transformação de alimentos para consumo humano.
Figura 1- Silagem de milho úmido.
Como atualmente há uma preferência pela produção de carne magra, o criador deve avaliar se conseguirá comercializar bem seus produtos, obtendo um ganho satisfatório nos lucros. Caso contrário, deverá adotar outro tipo de alimentação, a de dieta sólida, mais apropriada para a produção de carne magra. Devemos lembrar sempre que um dos principais fatores para a produção de carne magra é a própria genética dos suínos.
No sistema de fornecimento o produtor pode optar pelo fornecimento de ração à vontade, que traz vantagens como redução do trabalho de arraçoamento e também devem ser utilizados comedouros apropriados (figura 2) para se evitar o desperdício de alimentos. Já a alimentação em sistema restrito ou controlado deve ser utilizada somente se a produção visar a obtenção de carcaças com características bastante específicas, como uma espessura determinada de toucinho ou a quantidade controlada de gordura na carne. Este sistema apresenta um custo maior, em relação ao sistema no qual os suínos são alimentados à vontade.
Figura 2- comedouro seco/úmido de aço inox
O sistema misto combina os dois tipos de tratamento: os suínos recebem alimentação à vontade, seja líquida ou seca, durante a fase de crescimento e, depois, passam a ter a alimentação controlada, visando uma determinada produção de carcaça. Os resultados obtidos através desse sistema não são tão bons quanto os do sistema de alimentação totalmente controlada, mas o seu custo é bem inferior.