Diovana M. Santos
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
Durante muitos anos, os profissionais da avicultura vêm trabalhando para desenvolver técnicas de produção que tragam avanços para as áreas da genética, manejo, sanidade e nutrição. Para melhorar os índices zootécnicos e reduzir custos de produção, as enzimas são utilizadas para melhorar o desempenho dos animais sem perdas em qualidade do produto final. Foi a descoberta de que grãos umedecidos associados à suplementação enzimática tinham maior aproveitamento nutricional pelas aves, que fez com que crescesse o interesse em se adicionar essas enzimas devido ao alto custo das matérias primas tradicionais. Quando adicionadas à dieta de poedeiras, as enzimas se tornam um meio de reduzir a poluição ambiental pelas excretas de elementos como nitrogênio, cobre, zinco e fósforo; são responsáveis pelo aumento da digestibilidade dos nutrientes reduzindo a quantidade de matéria prima de alto custo adicionada na ração e ainda possibilita uma maior uniformidade do lote.
Utilizadas como aditivos para poedeiras comerciais, as enzimas, possibilitam o aumento da digestibilidade dos nutrientes, reduzindo a necessidade de um aporte de ingredientes de alto custo de inclusão na formulação da dieta. Dessa forma, o uso de enzimas na ração reduz o custo de produção, através da redução do custo de alimentação, sem prejudicar o desempenho das aves.
As enzimas exógenas são compostos proteicos que auxiliam na degradação de componentes presentes nos alimentos e são obtidas pela fermentação, geralmente produtos de bactérias (Bacillus subtilis, Bacillus lentus), fungos (Asperigillus oryzae e Asperigillus niger) e levedura (Saccharomyces cerevisiae). As principais enzimas de uso na alimentação animal são as lípases, xilanases, glucanases, proteases e fitases. Elas atuam por meio dos mesmos mecanismos que as enzimas endógenas: se ligam a um substrato e formam um complexo enzima-substrato (tabela 1).
Tabela 1. Enzimas adicionadas às rações de aves.
Recentemente, os genes que codificam enzimas diferentes, incluindo fitases, ß glucanases e xilanases estão sendo clonados e expressos em diferentes sistemas de microrganismos e plantas.
Como benefícios da adição de enzimas nas rações de aves podemos citar: redução da viscosidade da digesta; melhora da digestão e absorção de nutrientes, especialmente da gordura e proteína; melhora o valor da energia metabolizável da dieta; melhora o consumo de ração e ganho de peso; redução do impacto ambiental; diminui o tamanho do trato gastrointestinal; altera a população de microrganismos no trato gastrointestinal; reduz a ingestão de água; reduz o teor de água das fezes; reduz o teor de amônia das fezes; reduz a produção de dejetos, o que inclui a redução de N e P.
Outro aspecto importante é a ação das enzimas sobre os fatores antinutricionais mais evidentes como presença de fitatos e polissacarídeos não amiláceos (PNA) nas dietas que contêm ingredientes vegetais. Porém as enzimas recomendadas dependem da composição dos ingredientes de cada ração (tabela 2).
Tabela 2- Relação de ingredientes e respectivas enzimas indicadas.
O uso de enzimas como aditivo na alimentação expandiu-se rapidamente. Na última década, os estudos conduzidos para estudar os efeitos da utilização de enzimas na alimentação sobre o desempenho de frangos de corte e galinhas poedeiras foram extensos. Hoje é possível afirmar que o uso das enzimas traz benefícios à produção avícola que vão desde uma significativa redução no custo das dietas, melhora do desempenho animal e até a contribuição na melhora do ambiente.