Gabriel Castillo
Universidade Federal de Lavras-3rlab
A cultura do sorgo pode ser associada à presença de diversas pragas. Dessa maneira, o produtor deve estar sempre atento para a ocorrência das mesmas. Entretanto, poucas dessas pragas podem causar dano econômico expressivo. Dessa maneira, é de extrema importância realizar o monitoramento periodicamente a lavoura para que se possam identificar as espécies presentes na lavoura para que as medidas necessárias sejam tomadas. Cabe ressaltar que nem sempre o número de insetos está relacionado com prejuízos.
Fatores como vigor da planta, suscetibilidade da cultivar, estádio de desenvolvimento, umidade do solo, período do ano e abundância de predadores e parasitóides são de extrema importância.
Dentre as pragas que acometem a cultura esta o bicho bolo, pão de galinha ou corós. Estas que são larvas de várias espécies de besouros dos gêneros: Eutheola, Dyscinetus, Stenocrates, Diloboderus, Cyclocephala, Phytalus e Phyllophaga. Os adultos dessas espécies podem ser facilmente diferenciados pelo tamanho e pela cor (figura 1). . Diloboderus abderus de 25 mm, tem coloração pardo-escura, com os machos com a presença de “chifre”. As espécies do gênero Phyllophaga ligados ao milho medem cerca de 20 milímetros e tem coloração marrom-avermelhada brilhante. Os besouros de Cyclocephalasão menores medem cerca de 15 milímetros, e tem coloração marrom-amarelada.
Figura 1- Adulto do bicho bolo responsável por atacar os colmos.
Esses besouros geralmente em grande número são facilmente percebidos à noite, próximos a luz. Sabe-se que as fêmeas fazem a postura no solo. Após cerca de uma semana as larvas (figura 2) eclodem e se alimentam do sistema radicular das plantas. (As larvas, conhecidas como bicho-bolo ou corós) são muito semelhantes entre si, uma vez que possuem coloração branco-amarelada, em forma de C e com cabeça de cor marrom. A extremidade do abdômen é brilhante e transparente. No mesmo estádio de desenvolvimento, as larvas de cada espécie podem ser separadas pelo tamanho e pela disposição dos pêlos e espinhos na região ventral do último segmento abdominal.
Figura 2- Larvas de bicho bolo responsável por atacar o sistema radicular.
Esses besouros estão mais presentes nos meses de outubro, novembro e dezembro. Dessa forma esses insetos causam danos às culturas de verão e inverno, com maior incidência nas áreas que realizam o sistema de plantio direto.
Os principais sintomas apresentados pela cultura são as falhas na linha de plantio e pouco desenvolvimento das plantas associado aos estresses hídricos. Sabe-se que os danos causados por essa praga se devem a alimentação das larvas no sistema radicular e pelo fato dos adultos que se alimentam dos colmos das plantas, entretanto o dano causado pelos adultos é de menor importância.
Cabe ressaltar que o ataque das larvas pode ocasionar a morte de plântulas causando redução no estande. Já nas plantas maiores os danos causados no sistema radicular reduzem o vigor, aumentam a incidência de tombamento e menor tolerância à seca, além de abrirem entrada para microorganismos fitopatogênico.
Como foi citado acima, realizar o monitoramento periódico de pragas é de extrema importância. Para se detectar a presença do bicho bolo o procedimento para detectar é muito semelhante ao usado para larva arame e dessa maneira pode ser realizado simultaneamente.
Devem-se realizar amostras de 30×30 cm de solo utilizando-se de uma peneira. Cabe ressaltar que caso uma única larva seja encontrada deve-se preocupar uma vez que é o suficiente para causar danos. Sendo assim, é necessário realizar o tratamento de solos com inseticidas. Além disso, é interessante associar o controle químico a medidas culturais de controle, tais como preparo antecipado da área, eliminação de hospedeiros e destruir os restos culturais após a realização da colheita.