Cecília Donata Silva de Oliveira
Imagem de VIVIANE MONCONDUIT por Pixabay
Os cuidados devem ser remetidos as vacas e novilhas, antes mesmo do parto, o manejo que é oferecido a vaca gestante tem reflexo sob o seu desenvolvimento e do feto, pensando em toda a cadeia leiteira como uma atividade continua cada fase carece de manejo e cuidados especifícos para obter sucesso no sistema de produção de leite.
O período seco com duração de sessenta dias antes do parto vem sido amplamente adotado em muitas propriedades, neste período a vaca é exposta a diversas alterações como desenvolvimento do feto, variações hormonais e variação na demanda de nutrientes, esta etapa de adaptação compreendida entre uma lactação a outra, garante a regeneração dos tecidos epiteliais desgastados da glândula mamária, acumular colostro, assegurar o desenvolvimento do feto e completar as reservas corporais quando estas não ocorreram.
Já o período de transição corresponde entre as três ultimas semanas antes da data prevista de parição e as três semanas iniciais da lactação, é um período onde as vacas estão dispostas a mudanças atenuadas no seu metabolismo, hormonais, fisiológicas, anatômicas, comportamentais e requerimento superior de nutrientes, alterações estas que prepara os animais para o momento do parto e inicio da lactação subsequente.
O elevado crescimento fetal nas últimas semanas resulta em aumento na pressão interna dos órgãos digestivos e diminuição de seu espaço físico, consequentemente redução o consumo de matéria seca, conforme a demanda de nutrientes aumenta o consumo é reduzido podemos observar um quadro de balanço energético negativo de nutrientes (BEN). O balanço energético negativo traz prejuízos aos animais como baixa fertilidade, retardado o inicio da função reprodutiva pós-parto.
A maioria dos problemas de saúde estão concentradas neste período quando comparada a outras fases do ciclo produtivo, as principais doenças que acometem as vacas são hipocalcemia, cetose metabólica, retenção de placenta, metrite e mastite, portanto práticas de manejo, estratégias alimentares e monitoramento do rebanho podem ser adotadas para atender a demanda de nutrientes e também minimizar o impacto deste período sob os animais.
Os cuidados como os citados abaixo pode reduzir os desafios e promover mais saúde as vacas recém paridas.
- Manter as fêmeas pré-parto em um lote distinto, devido as suas necessidades nutricionais em relação ao lote de vacas secas.
- Reduzir os impactos ambientais como estresse térmico tanto em lotes de vacas secas e vacas pré-parto, pode garantir aumento da produtividade.
- Manutenção do escore de condição corporal da vaca; as mudanças no ECC entre o final da gestação, parto e início da lactação podem ser responsáveis por reduzir o desempenho produtivo e reprodutivo pós-parto e aumentar a incidência de transtornos metabólicos em vacas de leite. Não é desejável que com o escore de condição corporal muito elevado e nem muito baixo, o ideal é que se mantenha em torno de 3,5.
Quadro 1 – Valores de escore de condição corporal (ECC) esperados nas diferentes fases.
- Fornecer uma dieta aniônica auxilia na prevenção da hipocalcemia, que pode ou não manifestar sintomas clínicos. A hipocalcemia subclínica que requer maior atenção, pois possui impactos sob a redução no consumo, falta de motilidade do rúmen e intestino e baixa produtividade e consequentemente predispõe esses animais a desenvolverem demais doenças metabólicas. A hipocalcemia também conhecida como febre do leite é caracterizada como uma deficiência de cálcio no organismo, causada pela elevada demanda dos níveis de cálcio para o parto que se aproxima, produção de colostro e leite. A suplementação com um sal aniônico tem como principal objetivo reduzir a incidência de hipocalcemia subclínica, o sal fornecido as vacas promovem intencionalmente uma leve acidose nos animais, consequentemente aumento o cálcio circulante na corrente sanguínea. A Diferença Catiônica- Aniônica da Dieta (DCAD), deve ser monitorada constantemente, para garantia de uma DCAD negativa, pois valores negativos de DCAD significa redução dos riscos de hipocalcemia.
- Monitoramento das vacas pós-parto consiste em uma excelente forma de acompanhar a saúde dos animais, possibilitando o diagnóstico de doenças que muitas vezes se apresentam na forma subclínica, afetando além da saúde, a fertilidade e a capacidade produtiva, além disso proporcionar ao animal um ambiente confortável, e assegurar disponibilidade de cocho e cama para as fêmeas recém paridas, possuem impactos positivos na produção, e podem surtir em benefícios tanto para o animal quanto para o produtor.
Referências:
- Stork. Daniel. J. UTILIZAÇÃO DE DIETAS ANIÔNICAS COMO PREVENÇÃO DE HIPOCALCEMIA EM VACAS DE LEITE. Monografia – Universidade Federal do Rio Grande de Sul.
- Balestra. Frederico S. ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO REALIZADO NA CLASSIVET – CONSULTORIA EM VETERINÁRIA E AGRONOMIA: Cria e Recria de Fêmeas Bovinas de Aptidão Leiteira. Monografia. Universidade Federal de Goiás – Campus Jataí.
- Pré-parto: uma guerra fisiológica. Disponível em: h ttps://www.milkpoint.com.br/artigos/producao/preparto-
uma-guerra-fisiologica-219081/
- Período de transição: fase de juntar pontos. Disponível em:
https://www.fundacaoroge.org.br/blog/periodo-de-transicao-fase-de-juntar-pontos
- Benefícios das Dietas Aniônicas. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/empresas/novidades- parceiros/beneficios-das-dietas-anionicas-106426n.aspx