Diovana M. Santos
Universidade Federal de Lavras- 3rlab
A suinocultura e a avicultura são segmentos agrícolas que recebem grandes investimentos por parte dos produtores, mas é preciso estar atento à princípios básicos para melhorar o desempenho dos animais. Visando sempre atender a demanda dos mercados, deve-se levar em consideração que o Brasil é um país tropical, caracterizado por altas temperaturas que afetam significativamente a eficiência da produtividade das aves e dos suínos.
Estudos têm sido feitos para descobrir a intensidade com que o ambiente prejudica o desempenhos dos animais, mas já é certo que conforme a temperatura se eleva ocorrem impactos sobre o consumo de alimentos, taxa de crescimento e conversão alimentar.
As aves e suínos são animais homeotérmicos, isto é, mantém a temperatura corporal dentro de certos limites, independente da flutuação da temperatura ambiente a temperatura interna dos animais permanece constante, porém a temperatura cutânea varia. Segundo Orlando (2001), suínos mantidos em ambiente termoneutro tendem a expressar seu máximo potencial genético. Cerca de 80% da energia ingerida pelos animais é utilizada para manutenção da homeotermia e apenas 20% é utilizada para produção (figura 1).
Figura 1- Energia utilizada pelos homeotermos
Porém, o mecanismo de homeostase só é eficiente quando a temperatura ambiente está dentro de um limite. E então é importante que as instalações tenham temperaturas ambientais próximas às das condições de conforto (tabelas 1 e 2).
Tabela 1- Temperatura de conforto para diferentes categorias de suínos.
Tabela 2- Temperatura ambiente ideal para criação de aves.
Aumentos na temperatura corporal, resultante das condições ambientais e/ou excesso de calor metabólico, podem levar a uma cascata de eventos que podem ser letais aos animais.
Algumas medidas podem garantir que os animais estejam sempre dentro da faixa de conforto térmico, como por exemplo, um bom planejamento das instalações.
Localização: O local deve ser escolhido para que se aproveitem as vantagens da circulação natural do ar e se evite a obstrução deste por outras construções, barreiras naturais ou artificiais. Escolher o local com declividade suave e voltada para o norte é desejável para boa ventilação. O afastamento entre instalações deve ser suficiente para que uma não atue como barreira à ventilação natural da outra. Assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura da instalação, entre as duas primeiras a barlavento, sendo que da segunda instalação em diante o afastamento deverá ser de 20 a 25 vezes esta altura.
Orientação: devem ser construídas com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste. Nesta posição nas horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pela instalação será a menor possível. Por mais que se oriente adequadamente a instalação em relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte, no período de inverno. Providenciar nesta face, dispositivos para evitar esta radiação.
Largura: Normalmente recomenda-se largura de até 10 m para clima quente e úmido e largura de 10 até 14 m para clima quente e seco.
Outros pontos também devem ser observados para que o produtor consiga garantir que os animais tenham um maior conforto térmico, por exemplo, a água ingerida em maiores quantidades pode ser benéfica pois possibilita maiores perdas de calor, também ficar atento à temperatura da água. A combinação de abordagens de acordo com princípios de manejo talvez sejam capazes de reduzir as perdas provocadas pelo estresse calórico.