Gabriel Castillo
Universidade Federal de Lavras-3rlab
A corda de viola (Ipomoea sp) também conhecida como cipó, corriola, campainha e jetirana é um grupo de plantas daninhas de hábito trepador, caule e ramos volumosos, podendo alcançar 3 m de comprimento. Possui folhas de formato variável e ciclo anual de 120 a 180 dias com reprodução por semente. Essa planta, tem infestado lavouras anuais e perenes causando grandes prejuízos.
Na cultura do café a presença dessa planta (figura 1) tem se tornado um grande problema. Os principais prejuízos causados são: concorrência com o cafeeiro em nutrientes, água e luz (devido ao seu hábito trepador); são hospedeiras de pragas e doenças; reduzem índices de produtividade; prejudicam qualidade da produção; atrapalham as atividades de pulverização na folhagem bem como a colheita mecanizada. Diante disso, é necessário um manejo eficiente, principalmente com a presença de um profissional na área para que se possa reduzir ou até mesmo erradicar os prejuízos causados por essa erva daninha.
Figura 1- Presença da corda de viola na cultura do café.
Nos últimos anos a infestação por essa planta daninha tem crescido significativamente, isso se deve a alguns fatores:
- O uso indiscriminado de herbicidas, tais como: glifosato, paraquat e 2,4-D, não tem mostrado eficiência. Isso se deve ao fato da corda de viola possuir folhas largas e nascerem debaixo da saia do café, o que dificulta a aplicação;
- Como a planta daninha possui hábito trepador, seria necessário o uso de herbicida seletivo para melhor controle e não afetar a planta de café, entretanto ainda não há no mercado;
- A colheita mecanizada tem contribuído para disseminação das sementes que são levadas para outros lugares da lavoura, aumentando assim os pontos de infestação.
Sendo assim, um manejo eficiente se torna peça chave no controle da corda de viola. Diante disso, existem diversos métodos de controle, podendo ser destacados:
- Controle cultural e preventivo: limpeza de equipamentos para evitar uma possível disseminação da corda de viola por meio de sementes; adubação orgânica; uso de cultivares de formação rápida; cultivo intercalar com uso de espécies de ciclo curto, porte baixo, pequena exigência nutricional e menor necessidade de água e luz, tais como: feijão, amendoim forrageiro, pimenta do reino e entre outros;
- Controle mecânico: preparo do solo através do sistema convencional constituído de aragem e gradagem; roçadora nas entrelinhas para menor desenvolvimento e posterior concorrência das ervas daninhas com a lavoura do café; capina manual e repasses nas lavouras jovens, retirando o mais cedo possível as ervas que subiram na lavoura, evitando assim a produção de sementes; já as ervas que cobriram os cafeeiros é necessário o arranquio, sem tirar as ervas de cima da planta do café (figura 2) uma vez que já estão sombreando as folhas sua retirada poderá ser prejudicial, podendo queimar as folhas antes sombreadas, bem como durante o processo de arrancar as ervas daninhas poderá derrubar frutos dos ramos da planta;
- Controle químico: esse método consiste na utilização de produtos herbicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e em secretarias de Agricultura para a cultura do café. A melhor estratégia dentro do controle químico é o controle antecipado, no início dos meses da chuva, quando as ervas ainda se encontram com pequeno porte e não subiram no cafeeiro. Sendo assim, é importante a aplicação de herbicida adequado, fazendo aplicação sequencial respeitando período de carência (normalmente 3 semanas após a primeira aplicação), novos herbicidas como Flumizin, Ally, Aurora e outros à base de Clorimuron, estão apresentando bons índices de eficiência, podendo ser associados, dependendo da necessidade, com outros herbicidas para melhor eficiência.
Figura 2- Corda de viola após o arranquio deixadas sobre a copa do café.
Dessa maneira, cabe ressaltar que não existe um padrão ideal a ser seguido para o controle de corda de viola, bem como o de outras plantas daninhas dentro da cultura do café. Para alcançar melhores índices de eficiência é importante a utilização de um controle integrado, também conhecido como MIPD (manejo integrado de plantas daninhas) no qual se utiliza os métodos de controle preventivo, físico, cultural, mecânico e químico e reduzem-se os custos, bem como os prejuízos causados por essa erva daninha tão comum nas lavouras brasileiras.
2 Comments
Pode não haver uma maneira conhecida e eficaz para o combate, mesmo assim é decepcionante ver q não conseguimos algo eficaz que realmente funcione.
Se tiver algo novo ou alguma pesquisa sobre como estirpar a corda de viola em andamento… por favor contate-nos.