Marcelo Hentz Ramos – PhD / Diretor 3rlab
Israel tem um número de vacas leiteiras relativamente pequeno: 125.000 animais em 834 fazendas. Todas as vacas são Holstein Israelenses, que foram desenvolvidas pelo programa de melhoramente genético Israelense.
O fato de vacas Israelenses serem selecionadas de raças regionais atravéz de gerações permite uma grande adaptação aos verões longos e quentes. Em 2014, a produção anual de uma vaca Israelense foi a maior do mundo, com média de 12.083 kg de leite com 3.27% de proteína e 3.64% de gordura (figura 1)
Cuidando das vacas
Em 1919, o serviço veterinário Isralense (Hachaklait) foi criado com o objetivo de proteger os animais em forma de seguro. O serviço veterinário é único no mundo com 36 veterinários e 11 substitutos (veterinários que preenchem horários temporários). Os próprios produtores são donos do serviço veterinário, o que resulta em uma prestação de serviço excelente e com baixo custo. Todos os produtores pagam uma taxa fixa por animal para custear atendimento rotineiros como também possíveis emergências. Em adição, o produtor também pode adquirir serviços laboratoriais. Medicamentos são repassados aos produtores a preço de custo. Serviços estão disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Todas as vacas são ordenhadas em uma sala de ordenha com equipamento de ordenha e ou robos. Oitenta por cento das salas de ordenha possuem medidores de leite. Levando em consideração que 90% das vacas estão sob controle leiteiro, checagem anual de rotina de trabalho na ordenha como também manutenção de equipamentos são realizadas.
Maioria das fazendas utiliza TMR como único sistema de alimentação. A maioria dos vagões são produzidas localmente: estático, auto-propelido, acoplado ao trator ou instalado em caminhão. Os rebanhos pequenos são favorecidos por centros de preparação de dietas que entregam a comida pronta na fazenda, economizando tempo e dinheiro.
As dietas de verão são adaptadas ao clima quente. Existe um aumento de entrega de alimentos durante o verão (duas a três vezes por dia no verão) preferencialmente no início da manhã e no final da noite quando a temperatura esta um pouco mais baixa. Se necessário, para inibir fermentação, inibidores de crescimento de fungos são adicionados. Muito atenção é gerada para garantir água limpa e fresca como também sombra.
Banco de dados
Um sistema de computador utilizado por praticamente todos os fazendeiros no país (NOA), permite que todas as entidades envolvidas com a indústriam tenham acesso a uma grande quantidade de informações a um custo relativamente baixo. Produtores entram dados de: parto, secagem, compra, descartes, prenhez, tratamentos, etc… Uma vez ao mês os dados são transferidos para um banco de dados da associação Israelense (ICBA). A ICBA cruza estes dados com dados de outras associações: inseminação, Interbull, avaliação genética e qualidade do leite. Esta grande quantidade de informação permite aos Israelenses tomarem descisões para continuar o crescimento genético.
Amostras de leite enviadas à indústria são transportadas a noite para laboratórios de análises de leite onde são analizadas para componentes e qualidade. O resultado (com adição de gordura, proteína, CCS e contagem bacteriana) é utilizado para determinar o pagamento para o produtor.
Em 2011, iniciou-se a coleta de consumo de matéria seca para novilhas, vacas secas e vacas em lactação.
Estabelecimento de preço
As condições geopolíticas de Israel reduz sua abilidade de comércio com vizinhos, forçando-os em confiar na produção e marketing local. De acordo com a lei Israelense, nenhuma fazenda produtora de leite pode produzir ou comercializar leite sem processamento, portanto a produção de leite é regularizada por quotas.
As quotas são definidas anualmente e divididas em quotas mensais pelo Conselho de Leite de Israel (IDB) uma organização que envolve governo, empresas e produtores. Este processo ajuda a balancear a demanda e o suprimento do setor enquanto também permite um crescimento contínuo e lucros razoáveis. O IDB é financiado por menos de um centavo de dólar por todo o leite comercializado em Israel.
Ao contrário de outros países, o preço base do leite para o produtor é acordado entre os parceiros do conselho. O preço reflete a média de custo de produção mais um retorno em mão de obra e capital investido para os produtores. A cada três meses, um preço é calculado de acordo com mudanças nas variáveis envolvidas no preço do leite. Quinze por cento do orçamento do IDB é utilizado para fundar o Serviço Nacional de Qualidade do Úbere e Leite, que foi fundado em 1997 com o objetivo de erradicar Staph. Aureus nos rebanhos Israelenses, uma meta atingida com grande sucesso. Hoje, menos de 0.001% das culturas resultam em Staph. Aureus.
Educação
Serviço de extensão, sem custo, esta disponível para todos os produtores de leite sob demanda. A queda inevitável na produção e fertilidade das vacas cria uma sazonalidade significante na oferta de leite como também um custo adicional aos produtores devido a necessidade de secar o leite no inverno e reutilizá-lo no verão. Entretanto, produtores que implementaram métodos apropriados de controle de ambiente, praticamente eliminaram a sazonalidade na produção de leite e fertilidade.
As razões pela qual a Holstein Israelense tornou-se líder em produção mundial são muitas. A verdadeira resposta esta na combinação de métodos únicos utilizados em Israel para a gestão do rebanho, especialmente o banco de dados em comum, cooperação entre todos os setores da indústria e um alto nível técnico dos profissionais.
Figura 1 – Vista de vacas Israelenses
Adaptado de: The Israeli Holstein cow: A world leader in milk yield. Hoards Dairyman, Outubro de 2015.