Cecília Donata Silva de Oliveira
A alimentação representa o maior item do custo total de produção, sendo que o gasto com alimentos concentrados é o mais oneroso, apesar do custo da forrageira ser significativamente menor, a qualidade da forragem pode auxiliar a minimizar despesas com alimentos concentrados.
Plantas com alta proporção de carboidratos como amido e sacarose podem minimizar o gasto com concentrados energéticos. O milho, sorgo e cana-de-açúcar são plantas adotadas por produtores de leite que possuem alta produtividade por área e são ricos em energia.
A silagem de planta inteira de milho é uma forrageira prevalente em propriedades que trabalham com animais especializados na produção de leite, ela possui alta produção de matéria seca por área, facilidade de colheita e ensilagem e alto valor energético. A planta de milho pode ser fracionada em sistema radicular, colmo, folhas e espiga onde está localizado os grãos. Os grãos de milho é a parte mais digestível da planta e são ricos em amido, a silagem de milho também é fonte de fibra fisicamente efetiva que promove saúde aos animais, ambos aspectos garantem o uso promissor desta forrageira.
A cana-de-açúcar também é uma opção de forrageira a ser utilizada na dieta de bovinos leiteiros, ela possui grande capacidade de acúmulo de sacarose por hectare, facilidade de cultivo, colheita ideal no período seco do ano, onde há baixa oferta de pastagens, planta muito eficiente em converter energia solar em biomassa, atingindo produção elevada por hectare, é perene e seu sistema radicular é capaz de proteger o solo contra erosão.
Dentre os principais entraves no uso da cana-de-açúcar estão o baixo nível de proteína e minerais e a baixa digestibilidade da fibra. Proteínas e minerais são facilmente suplementados na dieta, nutricionalmente a baixa proteína da cana seria um problema de fácil resolução, contudo o custo adicional com concentrado proteico pode dificultar o seu uso. A baixa digestibilidade da fibra também auxilia a inviabilizar o uso da cana-de-açúcar, pois pode reduzir o consumo de matéria seca em vacas lactantes.
Tabela 1 – Efeito do nível de FDN sobre a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) de 18 variedades da cana-de-açúcar. (DIVMS = – 1,1061 (FDN) + 114,62. R2 =0,81). (Adaptado de Rodrigues et ai, 1997).
Pesquisas em animais de baixa produção de leite foram desenvolvidas com objetivo de avaliar a resposta ao fornecimento da cana-de-açúcar. Onde avaliaram que animais alimentados com cana-de-açúcar com maior quantidade de concentrado é possível obter resultados satisfatórios na produção.
Mendonça et al (2001) forneceram dietas com relação concentrado forrageira de 40:60, para vacas em lactação, a fonte de forragem variou entre silagem de milho ou cana-de-açúcar, onde a produção de leite foi 22,0 kg para as vacas alimentadas com silagem de milho e vacas alimentadas com cana-de-açúcar produziram em média 19,2 kg de leite.
Referências:
CORRÊA, CLOVIS EDUARDO SIDNEI. SILAGEM DE MILHO OU CANA-DE-AÇÚCAR E O EFEITO DA TEXTURA DO GRÃO DE MILHO NO DESEMPENHO DE VACAS HOLANDESAS. Lavras – UFLA, 2001.