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Ainda hoje existem produtores que veem a análise de solo como uma medida desnecessária, um gasto extra na produção. Porém esta é uma ideia arcaica: ao pular a etapa, o produtor passa a ter mais custo com sua lavoura, ao invés de fazer economia. Nesse artigo abordaremos os benefícios da análise, seus tipos e importância nas principais culturas.
IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE
É o solo que irá ofertar os nutrientes que as plantas precisam para se desenvolverem, por isso quanto mais conhecimento sobre suas condições maiores a chances de se obter boa produtividade. Para uma boa safra, é preciso corrigir as características desfavoráveis do solo, como a textura e PH e se conhecer os nutrientes presentes naquele solo. Entretanto, só a presença do nutriente no solo não garante a alimentação da planta: nem todo nutriente presente encontra-se na forma química que a planta consegue absorver. A análise de solo mostra as quantidades precisas de nutrientes que se converterão e se tornarão disponíveis, além daqueles que já estão prontos.
Coletar amostras de solo e encaminhar a um laboratório de análises de confiança é uma etapa que garante o aumento da produtividade. Adubar o solo em excesso, além de prejudicar o desenvolvimento de plantas leva ao desperdício: acarreta em gastos maiores com insumos e o prejuízo muitas vezes só é notado no final da produção.
QUAL A MELHOR HORA PARA ANALISAR O SOLO?
A análise de solo precisa ser bem planejada e feita com antecedência, pois se o solo estiver necessitando de correções elas têm de serem feitas a tempo do plantio. É importante considerar a demora que o calcário (corretivo de acidez) leva para reagir no solo: são geralmente três meses. Por isso muitos produtores analisam o solo quatro meses antes do plantio e repetem a análise ao final de cada colheita, se preparando para as próximas.
TIPOS DE ANÁLISE
Análise química: esse tipo de análise avalia a fertilidade do solo, determina a acidez e a disponibilidade dos nutrientes. Ela traz respostas de parâmetros importantes como: CTC (capacidade de troca catiônica) , porcentagem de alumínio, potássio, nitrogênio, e fósforo.
Análise física: também chamada de granulométrica, ela determina os teores de areia, silte e argila no solo, caracterizando assim sua textura. Essas informações amparam a interpretação dos teores de nutrientes do solo, e trazem melhor conhecimento sobre o desenvolvimento das raízes no sistema.
HORTALIÇAS
São muitos os tipos de adubos químicos que podem corrigir as deficiências do solo e suprir as necessidades nutricionais das hortaliças. As formulações mais utilizadas nas adubações de base são as 4 – 14 – 8 e a 4 – 30 – 16 e suas quantidades são ditadas a partir do laudo de interpretação de análise do solo.
No caso do tomate, por exemplo, as adubações de cobertura precisam ser realizadas quinzenalmente, já que é constante a extração de nutrientes pelos frutos.
Confira na tabela abaixo a sugestão de adubação química para o tomate industrial para o Estado de São Paulo e para a região do Cerrado.
fonte: Embrapa
SOJA
No cultivo de soja uma tomada de decisão muito importante se refere a aplicação de gesso agrícola, que se obtém precisamente com uma boa análise feita na camada 20-40 cm. Se os resultados indicarem saturação por alumínio na CTC efetiva (m) maior que 20%; ou os teores de cálcio inferiores a 0,5 cmolc/ dm3, recomenda-se a aplicação de gesso
CAFÉ
Na cultura do café a coleta de amostras pode ser realizada tanto quarenta dias após a última adubação quanto na finalização da colheita. A amostragem do solo se torna imprescindível na cultura, pois para um bom desenvolvimento do cafezal é necessário um solo com ph variando de 5,5 a 6,5%.Somente em análises laboratoriais se obtém com exatidão o valor de ph, bem como as quantidades de micro e macro nutrientes disponíveis.
FORRAGEM
A época mais agricultável para o cultivo de planta forrageira é entre os meses de setembro e outubro, pois nessa época inicia-se o período das chuvas. Por isso recorre-se à análise de solo para averiguar as condições do solo, ajudando na recuperação do pasto e averiguando as condições para o plantio de novas plantas.
Na produção de silagem de milho, a semente é um dos fatores que vai determinar a necessidade de adubação. Dentre os mais variados tipos, existem as altamente tecnológicas até aquelas consideradas rústicas, estas necessitam de mais nutrientes e cuidados específicos para desempenharem seu potencial máximo. Por isso, saber precisamente como está a dinâmica de nutrientes dentro do solo é o pontapé inicial de um manejo de excelência.
Artigo por: Taísa da Silva- Colaboradora 3rlab.
REFERÊNCIAS:
Oliveira-Junior, A.; Castro, C.; Oliveira, F.A.; Jordão, L.T. Adubação potássica de soja: cuidados no balanço de nutrientes. Piracicaba: IPNI, Informações Agronômicas 143: 1-10, 2013
SEILER, F.E.E.; ILCHENKO, V. O manganês na série dos cátions trocáveis do solo. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO, 4., 1953, Belo Horizonte. Anais. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1956. p.83-91.