Cecília Donata Silva de Oliveira
A produção de leite
O leite apresenta-se entre os alimentos básicos presentes na alimentação da população, constituindo também uma fonte rica em nutrientes e gerando empregos direta ou indiretamente. Devido ao aumento do consumo de leite pela população, exige que a produção se torne cada vez mais eficiente, aliando ao trabalho o uso de tecnologias que permitam atingir tais níveis de eficiência.
Uma forte tendência observada, é que fazendas estejam propensas a aumentar o número de animais, bem como o aumento no volume de leite, exigindo mais trabalhadores, o que pode confrontar com a dificuldade de encontrar funcionários qualificados. Justificando assim o uso de equipamentos que possam minimizar a exigência de trabalhadores.
Ordenha robotizada
É relativamente recente o uso de ordenhas robotizadas, o equipamento caracteriza-se por possuir um braço mecânico que realiza todos os processos da ordenha, sem a intervenção direta do homem. Entre os processos realizados por este equipamento estão:
- Automatização de entrada e saída dos animais;
- Disponibilização de concentrado durante a ordenha;
- Limpeza do úbere e tetos, colocação e retirada das teteiras;
- Registro de produção, diagnóstico de mastite e desinfecção dos tetos pós ordenha.
Já os principais benefícios oferecidos ao se adotar a ordenha robotizada, está:
- Facilitar a vida dos produtores e aumentam a produtividade na atividade leiteira;
- Livre acesso à ordenha conforme a necessidade do animal, contribui com o conforto e bem-estar.
Funcionamento da ordenha robotizada
A vaca é estimulada a ir até o robô, por interesse na ração que ele oferece antes da ordenha. Este equipamento, faz uma identificação prévia do animal e posterior averiguação se há permissão da vaca para entrada na ordenha, com base no tempo de intervalo entre ordenhas adotados, assim sendo ou não liberada a entrada do animal. Caso concedida permissão para ordenha, há primeiramente o fornecimento de alimento concentrado e é posteriormente realizada a ordenha do animal, esta ocorre da seguinte forma:
1. Detecção do úbere e tetos pelo braço mecânico; |
2. Limpeza dos tetos; |
3. Encaixe das teteiras; |
4. Após o fluxo de leite de todos os quartos mamários caírem potencialmente, há o desencaixe das teteiras; |
5. Acionamento do produto desinfetante. |
Neste sistema é importante que o robô consiga realizar a detecção dos tetos, os animais devem possuir tetos dispostos de maneira uniforme, animais com tetos cruzados podem dificultar a identificação e encaixe das teteiras, sendo inviáveis neste sistema. De forma geral o estímulo para os animais acessarem o robô vem a partir do fornecimento de concentrado de alta palatabilidade.
O acréscimo na produção de leite pode ocorrer conforme se aumenta o número de ordenhas, devido ao maior estímulo da produção de leite. Animais ordenhados duas vezes, ao passarem a ser ordenhados três vezes pode gerar um aumento de 15% da produção de leite. Em sistemas de robô onde os animais possuem livre acesso à ordenha, o estímulo vindo do alimento desempenha papel fundamental, alimentos de alta palatabilidade podem contribuir assim para o aumento no número de visitas do animal ao robô.
Não é uma regra os animais irem ao robô apenas por estímulos vindo de fornecimento de ração concentrada. Existindo outros modelos sendo eles, para vacas obterem a alimentação volumosa elas devem primeiramente passar pelo robô. Outro sistema disponível é o que para os animais deixarem o local de alimentação elas devem também deve passar pelo robô.
Para obter sucesso neste novo modelo de ordenha realizada por uma máquina, deve possuir bom gerenciamento. Um número elevado de animais pode gerar filas de espera e competição na entrada dos animais.
Referências:
Renata Maculan², Marcos Aurélio Lopes³. ORDENHA ROBOTIZADA DE VACAS LEITEIRAS: UMA REVISÃO¹. Recebido para publicação: 02/12/2015. Aceito para publicação em 14/03/2016. ² Universidade Federal de Lavras, Departamento de Zootecnia, Lavras, MG, Brasil. ³ Universidade Federal de Lavras, Departamento de Medicina Veterinária, Lavras, MG, Brasil. DOI:http://dx.doi.org/10.17523/bia.v73n1p80 B. Indústr. Anim., Nova Odessa,v.73, n.1, p.80-87, 2016.