Cecília Donata Silva de Oliveira
Imagem de Andy Walther por Pixabay
Prolificidade das matrizes e mortalidade dos leitões
O melhoramento genético contribuiu para matrizes suínas com alta prolificidade, aumentando assim o número de leitões por porca ano, cuidados devem ser empregados para aproximar a taxa de mortalidade para próximo de zero, sustentando assim resultados obtidos com a genética e otimizando a eficiência das granjas.
No sistema de criação, diversas são as causas que culminam na morte de leitões. Uma vez que o problema é identificado, medidas de controle e prevenção podem ser adotadas por funcionários para reduzir a taxa de mortalidade.
Figura 1 – Causas de morte de leitões até o desmame em granja comercial a Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
Esmagados, debilitados e defeito congênito
As três principais causas que aparecem em maior porcentagem no gráfico acima, em sua maioria podem ser contornadas com medidas simples de manejo.
O principal motivo de leitões serem esmagados é que seu sistema de termorregulação se apresenta ineficiente após o nascimento. Ao sentirem frio, os animais tendem a se aglomerar próximo à mãe, o que pode favorecer a incidência de esmagamento. Técnicas de aquecimento dos animais pode contornar esse problema e evitar que ocorra morte por esmagamento.
Animais debilitados, sofrem com a exposição ao frio, sangramento do umbigo e competição para realizar a mama, uma vez que leitegadas podem apresentar alta heterogeneidade. Realizar a cura adequada do umbigo dos animais e observação constante dos neonatos possibilita obter menores taxas de mortalidade.
Diarreia em leitões
A diarreia contribui para a mortalidade em leitões, ela pode ter origem diversa e se alastrar por todo o plantel. Medidas profiláticas, sanitárias e de higiene devem ser tomadas para garantir que os animais permaneçam saudáveis e que casos de diarreias sejam rapidamente controlados evitando prejuízo a granja. Abaixo citaremos algumas categorias de diarreias e os principais métodos adotados para controle.
Colibacilose neonatal
Infecção bacteriana causada pela Escherichia coli (E.coli), onde os animais acometidos por esta enfermidade apresentam diarreia com coloração amarelada e aquosa, podendo levar o animal a morte em menos de 24h e comprometer o desempenho dos leitões sobreviventes.
Os animais podem ser infectados pela mãe, que está assintomática, e se disseminar entre as leitegadas através de bota de tratadores, equipamentos e instalações mal higienizadas. Limpeza das instalações, fornecimento de colostro e vacinação da porca no final da gestação se mostra eficaz no controle da infecção.
Rotavirose
É causada por um vírus que possui alta resistência a condições adversas do ambiente, sendo resistente também a grande parte dos desinfetantes utilizado na limpeza das instalações, dificultando o seu controle. Os principais sintomas observados nos animais, são:
- Diarreia de branca a amarelada de consistência pastosa a líquida;
- Desidratação;
- Prostração;
- Anorexia.
Os animais podem morrer em decorrência da desidratação ou infecção secundária. Porém, grande parte dos animais se recuperam entre 7 a 10 dias após surgirem sintomas. O suporte para prevenir que os leitões desenvolvam infecções secundárias, aumento da imunidade das matrizes, conferem as medidas de prevenção. Em períodos secos do ano a incidência do rotavírus pode ser maior.
Coccidiose
O protozoário Isospora suis, é responsável pelo surgimento da diarreia em leitões. As fezes apresentam coloração amarelada e odor forte. Os animais acometidos podem vir a óbito além de fazer com que haja gastos com medicamento. O colostro demonstra-se ineficaz na transferência de imunidade para os leitões, sendo necessário para controle após o vazio sanitário, limpeza das instalações com jato de água de alta pressão, e aplicar lança chama. Os leitões infectados apresentam resistência a novas infecções. Suinocultores tem utilizado medicamentos à base de Toltrazuril, por via oral durante o terceiro dia de vida do animal.
Uma vez identificada as principais causas de morte em leitões, torna-se mais simples a adoção de medidas de prevenção e controle. Todo o esforço empregado neste período garantirá animais saudáveis e produtivos as granjas. Para controle adequado de casos de diarreia é necessário a presença de um Médico Veterinário que irá conduzir o melhor programa de tratamento dos animais. Medidas de higiene das instalações são sempre bem-vindas, e indispensáveis para garantir a sanidade dos animais
Referências:
AIRES. JAQUELINE F. et. al. CAUSAS DE MORTALIDADE DE LEITÕES ATÉ O DESMAME EM GRANJA COMERCIAL NA REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL. Modalidade do trabalho: Relatório técnico-científico Evento: XXII Seminário de Iniciação Científica. Campûs Ijui, Santa Rosa, Panambi e Três Passos. 2014.
COSTA. DANIEL D. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ATIVIDADES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO Área: Assistência Técnica na Suinocultura. Trabalho de conclusão de curso apresentado, como parte das exigências para a conclusão do curso de Medicina Veterinária, da Universidade Federal do Paraná. Palotina – PR. Dezembro 2013.