Taísa da Silva
A partir da década de 70, as áreas cultivadas de cana-de-açúcar sofreram uma grande expansão. Com isso, houve um aumento de produção de etanol, principalmente nas regiões do interior do estado de São Paulo. O Brasil possui várias demandas que compreendem a produção e cana. Além de atender a demanda interna de consumo e externa do consumo de açúcar, a produção também visa atender o mercado com o Etanol, usado principalmente nos veículos. Um dos problemas desse mercado diz a respeito da geração de resíduos, como bagaço e o vinhoto. Para que tais resíduos não causem impactos ao meio ambiente eles podem ser aproveitados de maneira eficiente, passando assim a serem chamados de subprodutos. Confira na imagem abaixo o fluxograma que mostra os subprodutos gerados durante o processo de produção do bioetanol.
Conforme exposto no fluxograma observa-se que os principais subprodutos gerados na indústria alcooleira são:
- Palhagem/Palhiça: Proveniente da matéria-prima
- Águas residuárias: Conhecida também como água de lavagem. É necessária para retirar excessos de terra e impurezas da cana durante o processo industrial.
- Bagaço: gerado durante a etapa de extração do caldo.
- Vinhaça e torta de filtro: São os resíduos de maior potencial poluidor.
Origem do bagaço e características
Após ser colhida, a cana é levada para a usina e durante o processo de moagem é prensada, obtendo de um lado o caldo e do outro o resíduo fibroso: o bagaço. Ele é composto basicamente de água, celulose e açúcares. Do ponto de vista energético ele é importante devido ao seu teor de umidade, que gira em torno de 48%, e seu teor de fibras que gira em torno de 14%. Pode ser empregado tanto na produção de energia elétrica, na fabricação de materiais para construção, ser utilizado na alimentação animal e também na fabricação de papel.
Potencial energético
Um dado interessante que demonstra o grande potencial na geração de energia é a comparação da energia gerada pelo bagaço e pelo etanol. Uma tonelada de cana moída gera aproximadamente 250 kg de bagaço, essa massa convertida em energia calórica é equivalente a 560.000 kcal.
A mesma quantidade de cana também é capaz de produzir 70 litros de álcool, porém este gera em torno de 392.000 kcal de energia.
Alternativa para a crise de energia e sustentabilidade
O Brasil em 2001 passou por um grave período de crise energética, o que fez com que pesquisadores se voltassem a estudar os efeitos do esgotamento da matriz energética principal: as hidroelétricas. Uma das alternativas encontradas foi a utilização bagaço proveniente do excedente da queima de biomassa. A queima dos resíduos é feita em caldeiras, e o vapor gerado tem rendimento térmico de 85%. Essa conversão térmica é capaz de suprir toda demanda de energia necessária durante a produção de etanol.
Quando comparado a outras fontes de combustíveis, a queima do bagaço em caldeira é considerada um processo limpo. Ele gera um menor impacto ambiental pois libera mínimas quantidades de enxofre e óxido nitroso.
REFERÊNCIAS
GERAR energia pelo bagaço de cana de açúcar: seria o futuro?. [S. l.]: AGRISHOW DIGITAL, 2019. Disponível em: https://digital.agrishow.com.br/tecnologia/gerar-energia-pelo-baga-o-de-cana-de-car-seria-o-futuro. Acesso em: 2 mar. 2021.
BONASSA, Gabriela. Subprodutos Gerados na Produção de Bioetanol: Bagaço, Torta de Filtro, água de Lavagem e Palhagem¹. Revista brasileira de energias renováveis , [s. l.], v. 4, p. 144-166, 2015. Disponível em: file:///C:/Users/Ta%C3%ADsa/Downloads/44075-166480-1-PB.pdf. Acesso em: 3 mar. 2021.
ESPAÇO Aberto: Bagaço de cana um subproduto nobre. [S. l.]: BEEFPOINT EDUCAÇÃO, 2019. Disponível em: https://www.beefpoint.com.br/bagaco-de-cana-um-subproduto-nobre-43998/. Acesso em: 8 mar. 2021.